25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1939-4


Área: Micologia Médica ( Divisão B )

SUSCEPTIBILIDADE IN VITRO DE LEVEDURAS VAGINAIS FRENTE AO EXTRATO DE PRÓPOLIS E NISTATINA

Kelen Fátima Dalben Dota (UEM); Maria Graciela Iecher Faria (UEM); Alessandra Ribeiro Freitas (UEM); Marco Luciano Bruschi (UEM); Sandra Marisa Pelloso (UEM); Marcia Edilaine Lopes Consolaro (UEM); Terezinha Inez Estivalet Svidzinski (UEM)

Resumo

A candidíase vulvovaginal (CVV) é um distúrbio causado pelo crescimento anormal de leveduras na mucosa do trato genital feminino, o principal agente é Candida albicans, mas outras espécies desse gênero também estão envolvidas: C. glabrata, C. tropicalis, C. krusei, C. parapsilosis entre outras. O arsenal terapêutico disponível para o tratamento das infecções fúngicas é bastante restrito, resumindo-se aos antifúngicos poliênicos e azólicos. A nistatina, em creme ou óvulos vaginais tem sido usada há cinco décadas mas, observa-se o aparecimento de resistência e grande porcentagem de leveduras com susceptibilidade dose dependente (S-DD). O extrato de própolis, que contém alta concentração de flavonóides, pode ser uma importante alternativa para o tratamento da CVV. O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil de susceptibilidade in vitro de leveduras isoladas de exudato vaginal frente ao extrato de própolis (EP) em comparação com a nistatina. Foram avaliadas 97 leveduras vaginais isoladas de diferentes quadros clínicos de CVV. Após identificação, essas leveduras foram mantidas na micoteca do Setor de Micologia Médica do Laboratório de Ensino e Pesquisa em Análises Clínicas da Universidade Estadual do Paraná. Os ensaios de susceptibilidade à nistatina e ao EP foram realizados por microdiluição em caldo, seguindo as normas do CLSI - Clinical Laboratory Standards Institute, documento M27-A2. Resultados: a concentração inibitória mínima de nistatina variou entre 0,5 e 64 microgramas por mililitro, sendo que 78,4% dos isolados foram sensíveis, 20,6% foram S-DD e 1% resistentes à nistatina. Por outro lado, todas as 97 leveduras foram inibidas por quatrocentos microgramas ou menos de EP, em teor de flavonóides totais, independente da situação clínica das mulheres ou da espécie da levedura isolada. Conclusões: O EP mostrou excelente desempenho in vitro frente a leveduras vaginais e poderia ser considerado como uma nova opção para ensaios clínicos no tratamento da CVV. Além da comprovada atividade antifúngica, a própolis apresenta outras que poderiam contribuir na diminuição dos sintomas da CVV e desconforto da paciente como as propriedades anti inflamatória, cicatrizante, recompositora do epitélio entre outras. 


Palavras-chave:  candidíase vulvovaginal, fitoterápicos, própolis, nistatina, susceptibilidade