ISOLAMENTO DE BORDETELLA PERTUSSIS, NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, NO PERÍODO DE 2007-2009.

Daniela Leite (IAL); Leyva Cecília Vieira Melo (IAL); Tânia Mara Ibelli Vaz (IAL)

Bordetella pertussis é o agente causal da coqueluche, doença infecciosa, com uma alta prevalência entre recém-nascidos e crianças com esquema de imunização incompleto. No Brasil, a introdução da vacinação nas décadas passadas, reduziu o número de casos de coqueluche, mas mesmo em populações com alta cobertura vacinal, a coqueluche ainda representa um importante agravo à Saúde Pública. Com a finalidade de realizar o diagnóstico laboratorial da coqueluche, foram recebidos no Laboratório Central do Instituto Adolfo Lutz, no período entre janeiro de 2007 - maio de 2009, 738 amostras de secreção de nasofaringe de pacientes com suspeita clínica de coqueluche e de comunicantes, procedentes do município de São Paulo. As amostras de secreção nasofaríngea foram coletadas com swabs alginatados e transportadas em meio Regan-Lowe (RL) - ágar carvão suplementado com sangue de carneiro e cefalexina. A cultura foi realizada através de métodos padronizados e a identificação das espécies foi confirmada pela coloração de Gram e por testes bioquímicos. A caracterização antigênica foi feita através da detecção da presença do antígeno somático O1, espécie-específico para B. pertussis. Em 738 exames realizados, o resultado foi positivo para 143 B. pertussis, totalizando uma taxa de isolamento de 19,4% (143/738). A grande maioria das cepas (92%, 131/143) foram isoladas de crianças e entre elas, 120 (84%) de crianças menores de 6 meses. Cepas de adolescentes e adultos representaram 8% (11/143) do total isolado. Embora a grande maioria das cepas isoladas tenham sido de crianças com suspeita clínica de coqueluche, ressalta-se o isolamento de B. pertussis entre adolescentes e adultos, os quais também podem representar grande importância epidemiológica como fontes de infecção. A obtenção das cepas isoladas de B. pertussis, utilizando o método da cultura, considerado o padrão ouro para o diagnóstico da coqueluche, permite estudos posteriores para monitoramento dos clones existentes em nosso meio.