Marina Azevedo de Souza (CPqRR); Susana Johann (CPqRR); Luciana Alves Rodrigues dos Santos Lima (CPqRR); Fernanda Fraga Campos (CPqRR); Patrícia Silva Cisalpino (UFMG); Carlos Augusto Rosa (UFMG); Tânia Alves (CPqRR)

O lapachol é uma naftoquinona produzida por diversas espécies vegetais, em especial as do gênero Tabebuia (Bignoniaceae), popularmente conhecidos como ipês. Este produto natural é conhecido por suas propriedades anticancerígenas, anti-inflamatória, analgésica, antibiótica, antimalária, tripanosomicida e antiulcerogênica. Apesar de ser conhecido desde o início do século passado, não foi encontrado nenhum relato sobre as substâncias sintéticas, tiossemicarbazona (TSC) e semicarbazona (SC) derivados do lapachol. O objetivo desse trabalho foi avaliar as atividades antimicrobianas das TSC e SC, sintetizadas a partir do lapachol. Para avaliar a atividade antimicrobiana dos derivados do lapachol, foram realizados ensaios de concentração inibitória mínima (CIM), sendo que, as concentrações testadas variaram de 250-1,95 µg/mL. O lapachol e seus derivados foram testados contra Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Enterococcus faecalis, Salmonella typhimurim e Pseudomonas aeruginosa. O lapachol foi ativo contra S. aureus e E. facecalis com CIM de 125 µg/mL e 31,2 µg/mL, respectivamente, enquanto que a TSC apresentou CIM de 31,2 µg/mL e 15,6 µg/mL, respectivamente.  As substâncias foram testadas também contra os fungos Paracoccidioides brasiliensis, Cladosporium sphaerospermum, Candida albicans, C. tropicalis, C. parapsilosis e Cryptococcus neoformans. O lapachol e a sua tiossemicarbazona apresentaram valores de CIM de 250 µg/ml e de 60,5 µg/ml, respectivamente. A TSC do lapachol também foi ativa contra C. neoformans com CIM de 125 µg/ml. Pode-se concluir que a TSC do lapachol é mais ativa do que o produto natural, tanto para a atividade antibacteriana como para a atividade antifúngica.