25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1925-1


Área: Microbiologia Geral e Meio Ambiente ( Divisão L )

BIODEGRADAÇÃO DE POLITEREFTALATO DE ETILENO (PET) POR FUNGOS ISOLADOS DO SOLO

Tiago Nunes Roberto (UMESP); Dayane Brasil (UMESP); Luhana Gonçalves Santana (UMESP); Daise Carnietto (UMESP); Marta Cristina Souza (UMESP)

Resumo

Plásticos são sintetizados pelo homem a partir de moléculas de longas cadeias de polímeros. O politereftalato de etileno (PET) é atualmente um dos mais importantes termoplásticos de engenharia, podendo ser empregados na fabricação de uma grande variedade de produtos e embalagens. Apresenta uma unidade química repetitiva composta de grupos de ácido tereftálico (grupo aromático), que formam o segmento rígido e de etileno glicol (grupo alifático), que é a estrutura flexível da cadeia polimérica. Causa diversos danos ao meio ambiente, sendo um deles relacionado com a produção de resíduos que, em geral, levam muito tempo para sofrerem degradação espontânea e, quando queimados, produzem gases tóxicos. Por outro lado fungos são os principais agentes responsáveis pela biodegradação desses materiais, tornando o estudo desse fenômeno fundamental para o conhecimento e aceleração do processo a fim de diminuir a contaminação ambiental. Para esse estudo, nosso grupo enterrou no solo em dois pontos de um Parque Central, localizado no município de Santo André – SP, de forma aleatória, fragmentos de PET de 2,5 cm X 2,5 cm em uma profundidade de 15 cm. Parcelas foram retiradas após o intervalo de 18 dias e, os fragmentos foram inoculados em ágar batata-dextrose com e sem antibiótico. Após o crescimento, foram realizados microcultivos para identificação dos fungos isolados e posteriormente foram preparados placas com meio de cultura (Sabouraud) contendo PET triturado (10%) para o teste da zona clara. A partir dos inoculos dos fragmentos de PET enterrados no solo, isolou-se 13 espécies de fungos, onde sete cepas foram positivas para a formação do halo claro, sendo os fungos dos seguintes gêneros: Mucor; Fusarium; Trichoderma e Chrysosporium. A formação do halo claro em torno da colônia indica que o organismo foi capaz de despolimerizar o resíduo em questão, ou seja, o polímero foi convertido para seu monômero, que é o primeiro passo para a biodegradação. Com base nos resultados obtidos, verificou-se a presença de algumas espécies de fungos, capazes de realizar a biodegradação do politereftalato de etileno, o que nos motiva a estudar o processo de biodegradação in vitro a fim de buscar metodologias que possam de uma forma mais rápida, segura e vantajosa ao meio ambiente, degradar esse resíduo.


Palavras-chave:  politereftalato de etileno, biodegradação, fungos, solo