INTERFERÊNCIA DO CLORETO DE SÓDIO NA FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA DO AMIDO PRESENTE NA MASSA DE MANDIOCA

Willames Marcos Brasileiro da Silva Martins (FMN); Adauto Gomes Barbosa Nt (UNICAP); Mariana de Lucena Soares (UNICAP); Paula Katharina Nogueira da Silva (UNICAP); Rafael Barros de Souza (GENETECH); João Assis Scavuzzi Menezes (GENETECH); Marcos Antônio de Morais Jr (UFPE); Bereneuza Tavares Ramos Valente Brasileiro (UNICAP)

O aumento da demanda por etanol tem induzido a busca de substratos alternativos à cana de açúcar, tais como o amido encontrado em cereais, tubérculos e algumas gramíneas. Este amido deve ser hidrolisado antes do uso, sendo a hidrólise ácida o processo ainda mais viável. Entretanto, alguns problemas tais como a formação de sal durante a neutralização do hidrolisado pode comprometer a fermentação. Este trabalho tem como objetivo avaliar a interferência do cloreto de sódio na fermentação alcoólica. Foram hidrolisados 100 g de massa de mandioca em 300mL de solução de HCl a 2% em autoclave a uma temperatura de 121 °C durante 30 minutos. Depois da hidrólise, o pH do meio de fermentação (na faixa de 1 a 1,5) foi corrigido com NaOH até atingir pH entre 5 e 5,5. Essa reação de neutralização entre um ácido e uma base resultou na formação de um sal solúvel (NaCl), cujo precipitado pode ser visualizado. O substrato foi separado em duas partes, uma das quais foi centrifugada e o sobrenadante foi transferido para novo tubo. Este substrato foi considerado com menor concentração salina. Os meios foram designados M1 (>NaCl) e M₂ (<NaCl). Os dois substratos foram suplementados com macronutrientes [MgCl₂, KH₂PO₄ e NH₄(SO₄)₂]. Para início da fermentação, a linhagem industrial Saccharomyces cerevisiae JP1 na sua forma comercial liofilizada foi ativada em meio YPD líquido por incubação por 24 horas a 33°C. A biomassa ativada foi centrifugada e suspensas nos substratos para a concentração celular inicial de 10 % (m/v). Foram dosadas as concentrações de glicose, ART (açúcares redutores totais), glicerol, etanol e ainda determinada a viabilidade celular. Os resultados mostraram que o meio M2 apresentou rendimento fermentativo 72% maior do que o meio M1. A formação de NaCl durante o processo de preparação do substrato deve interferir no metabolismo fermentativo das células de levedura, o que mostra a necessidade de otimização do procedimento de hidrólise ácida para uso industrial do hidrolisado de carboidratos complexos como o amido e a celulose.