AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DO RESÍDUO DE ABATE DE CAPRINOS E OVINOS E DE SUA FARINHA COM POTENCIAL PARA ALIMENTAÇÃO DE PEIXES

Silia Maria de Negreiros Sousa (UNIVASF); Luciana Jatobá E Silva (UNIVASF); Milka Carvalho de Azevedo (UNIVASF); Adriana Mayumi Yano de Melo (UNIVASF); Fabio Meurer (UNIVASF); Mateus Matiuzzi da Costa (UNIVASF)

A qualidade das matérias-primas é muito importante na fabricação de rações. Desta forma, não podem ser fabricadas rações apropriadas com ingredientes de má qualidade. O objetivo do presente trabalho foi avaliar microbiologicamente o resíduo de abate de caprinos e ovinos (RESCO) e de sua farinha com potencial de utilização para alimentação de peixes. A coleta do RESCO foi realizada no Abatedouro Municipal de Petrolina-PE e armazenada a 4°C até o preparo das 5 amostras: in natura, cozida a 100 °C/1h e maturada em sal e macerada (P01), cozida a 100 °C/1h, seca em estufa à 55 °C/72h e triturada em moinho tipo “facas”  (P02), cozida em autoclave a 121 °C/15 min, seca em estufa à 55°C/72h e triturada em moinho tipo “facas” (P03) e cozida em autoclave a 121 °C/15 min e macerada (P04). Análises microbiológicas foram realizadas para determinação de coliformes totais e termotolerantes (Escherichia coli), Staphylococcus spp e Salmonella spp. Na pesquisa de coliformes, encontrou-se positividade em 60% (3/5) sendo que nas amostras P01 e P04 não se verificou crescimento. Para coliformes tolerantes, identificou as espécies Shigella spp e Klebsiella pneumoniae.  Isso indica uma provável contaminação fecal ou ambiental, uma vez que K. pneumoniae pode ser isolada tanto de fezes como da água. Foram isolados dois gêneros bacterianos Gram-positivos: Staphylococcus spp. coagulase negativa (P01 e P04) (40%) e Micrococcus spp. (60%).  Estas espécies são descritas como patógenos de peixes e causam lesões externas e no rim. Observou-se suspeita de Salmonella spp. nas amostras In natura e  P02. Observaram-se também, nas demais amostras K. pneumoniae, K. oxytoca e E. aerogenes de acordo com análise presuntiva. A presença de Salmonella spp. em farinhas e farelos pode ser direta ou indiretamente um veículo de contaminação, propagação e infecção para os animais. Por outro lado Klebsiella spp. não é considerada um importante patógeno de origem alimentar, porém estes descrevem a enterotoxigenicidade em amostras de peixes, camarão e moluscos. O RESCO e sua farinha são veículos para a transmissão de bactérias patogênicas na alimentação de peixes, portanto, os mesmos não são indicados para tal uso até que se proceda análises mais específicas.