25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1896-1


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

SURTO DE KLEBSIELLA PNEUMONIAE PRODUTORA DE KPC EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

Eliana Carolina Vespero (UEL); Marsileni Pelisson (UEL); Anna Carolina Rockstroh (UNIFESP); Renata Picão (UNIFESP); Gerusa Luciana Gomes Magalhães (UEL); Márcia Regina Eches Perugini (UEL); Regina Mariuza Borsato Quesada (UEL); Ana Cristina Gales (UNIFESP)

Resumo

Enterobactérias produtoras de KPC, inicialmente isolada nos EUA, têm se disseminado para vários continentes. No Brasil, têm sido identificadas mais frequentemente. Nesse trabalho, estão descritas as características de um surto por Klebsiella pneumoniae produtoras de KPC em um hospital universitário da cidade de Londrina, Paraná. A partir de um paciente com sepse transferido de um hospital de outro estado, foram detectados mais 18 pacientes colonizados/infectados, de fevereiro a abril de 2009. Os isolados foram identificados (MicroScan Walkway, Siemens), avaliados quanto à susceptibilidade aos antimicrobianps, de acordo com CLSI 2009. As amostras foram submetidas ao teste de Hodge e PCR para o gene blaKPC. Posteriormente, foi realizado o seqüenciamento dos genes blaKPC  utilizando o sistema ABI3130 (Applied Biosystems) e a tipagem molecular por PFGE.  Todos os isolados apresentaram resistência ao ertapenem e meropenem e susceptibilidade variável ao imipenem. Os 19 isolados foram positivos para o teste fenotípico de Hodge e gene blaKPC, o sequenciamento demonstrou que as amostras eram carreadoras de KPC-2. No PFGE, foram identificados dois clones (A e B) de K. penumoniae, geneticamente não relacionados, onde os isolados obtidos nos dois primeiros pacientes pertenciam ao clone A,  o qual apresentava pequena similaridade com  o clone B. O primeiro e o segundo casos apresentaram correlação espacial e temporal. O segundo paciente e os subsequentes permaneceram internados nas UTI, mantendo a relação temporal. Dentre os pacientes-caso, 5 (26, 3%) eram pacientes vítimas de trauma, 4 (21,0%)  neuropatias, 3 (15,8%) cardiopatas, 3 (15,8%) diagnosticados com ITU, 2 (10,5%) pneumonia, 1 (5,2%) com tétano e 1 (5,2%) com sepse relacionada  a cateter. O uso prévio de carbapenêmicos foi evidenciado em 16 (84,2%) dos pacientes e polimixinas em 11(57,9%). Após a coorte dos pacientes, foi realizado o reforço das medidas de isolamento e fechamento das UTI, e o surto foi controlado. Neste trabalho foi relatado o primeiro surto por KPC com casos epidemiologicamente relacionados em um hospital brasileiro e evidências de transferência de material genético. A disseminação desse mecanismo de resistência no Brasil é eminente, e os laboratórios clínicos e as CCIH devem aumentar a vigilância para detecção precoce deste em suas instituições.


Palavras-chave:  carbapenêmicos, clone, Klebsiella pneumoniae, KPC, surto