25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1888-2


Área: Micobacteriologa ( Divisão C )

OPINIÃO DOS FUNCIONÁRIOS DA UNIDADE DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADA DR. MARCELLO CANDIA SOBRE OS PACIENTES E O PROGRAMA DE HANSENÍASE.

Eduardo Ferreira Mota (BAIP); Nadia Maria Barbosa Cunha (CESUPA); Nadiane Dantas Carvalho (CESUPA); Nathalye Lima Oliveira (CESUPA); Anderson Manoel Clemente de Souza (URE Marcello Candia); Antonio de Pádua Serra da Silveira (URE Marcello Candia); Maria Fâni Dolabela (BAIP)

Resumo

Objetivo: Verificar a opinião dos funcionários da Unidade de Referência Especializada (URE) Marcello Candia sobre os pacientes e o programa de hanseníase. Material e Métodos: Foram aplicados formulários de entrevista para alguns profissionais da URE, absorvendo-se seus conhecimentos sobre a hanseníase e seu tratamento, através de suas experiências e vivência profissional. As entrevistas foram feitas de acordo com disponibilidade do profissional, utilizando-se gravador de voz e formulário de entrevista. Foram feitas perguntas sobre comportamento do paciente, preconceito dos pacientes e familiares, alterações emocionais e psicológicas, grau de incapacidade e beneficio estadual, opinião sobre Programa Nacional de Controle da Hanseníase (PNCH) e erradicação da doença. A população de estudo foi constituída por todos os profissionais que concordaram em participar do estudo. Resultados: Os funcionários da URE relataram que os pacientes ficam isolados, quase sempre tristes e algumas vezes nervosos e agressivos. Os profissionais da equipe de enfermagem relataram não enfrentar problemas com os pacientes, já os demais relataram que a baixa escolaridade dos pacientes dificulta a compreensão da doença e seu tratamento, o baixo poder aquisitivo não permite fazer o que é recomendado, além da sobrecarga de pacientes na URE, devido à deficiência na atenção básica. Os profissionais relataram que as Unidades Básicas de Saúde não estão preparadas para tratar a hanseníase. Os agentes da portaria relataram que a superlotação torna os pacientes agressivos às vezes, devido à demora no atendimento. A sapataria foi o setor que mais apresentou dificuldades, devido à retenção dos prontuários, ferimentos expostos e horário restrito de funcionamento, dificultando assim o atendimento. Conclusão: Os pacientes hansenianos ainda hoje se sentem excluídos da sociedade, possuindo geralmente baixo poder aquisitivo e escolaridade, dificultando assim o tratamento. São necessárias melhorias na atenção básica, para evitar as incapacidades físicas e sobrecarga das URE.  


Palavras-chave:  Hanseníase, URE Marcello Candia, programa de hanseníase