25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1884-1


Área: Virologia ( Divisão P )

DETERMINAÇÃO DA FREQÜÊNCIA DOS GENÓTIPOS DO VÍRUS DA HEPATITE C NO RIO GRANDE DO SUL UTILIZANDO UM MÉTODO MOLECULAR COLORIMÉTRICO.

Cintia Costi (FEPPS); Cláudia Maria Dornelles da Silva (FEPPS); Nicole Nascimento da Fré (FEPPS); Traciana Grandi (FEPPS); Arnaldo Zaha (UFRGS); Christian Niel (FIOCRUZ); Maria Lucia Rosa Rossetti (FEPPS)

Resumo

A distribuição dos genótipos do HCV apresenta significativa variação geográfica. No Brasil, os genótipos 1, 2 e 3 são os mais prevalentes, com predominância do genótipo 1 seguido do 3, na maioria dos Estados. A identificação do genótipo viral constitui uma ferramenta fundamental para subsidiar a definição do plano terapêutico do paciente portador de hepatite C, uma vez que o mesmo determina o tipo de interferon usado, a dose de ribavirina, a duração do tratamento, além de predizer as chances de resposta terapêutica. O presente trabalho teve como objetivo investigar a prevalência dos genótipos do HCV em pacientes atendidos pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul, no período entre 2001 e 2002, utilizando duas técnicas: a hibridização reversa em microplacas (HRM) e sequenciamento de DNA. A extração do RNA, a partir de plasmas, baseou-se no protocolo descrito por Boom et al. (1990). A técnica de RT-PCR teve como alvo a região 5'NCR do HCV e foi realizada utilizando o kit SuperScriptTM One-Step RT-PCR com primers biotinilados. Para a genotipagem do HCV, os produtos de PCR biotinilados foram hibridizados com sondas específicas, previamente fixadas em microplacas. A primeira sonda, hábil em hibridizar com os sete genótipos virais, foi utilizada para detecção qualitativa, enquanto que as outras 3 sondas foram utilizadas para identificar os genótipos 1, 2 e 3. Os resultados positivos puderam ser observados com a formação de cor, após hibridização do produto amplificado biotinilado com uma ou mais sondas, e quantificados em espectrofotômetro. Entre as amostras analisadas por HRM, 49,2% (27/55) foram classificadas como genótipo 1, 5,4% (3/55) como genótipo 2, 43,6% (24/55) como genótipo 3 e 1,8% (1/55) como mistura dos genótipos 2 e 3. Os resultados foram confirmados por sequenciamento de DNA e apenas um resultado discrepante foi observado.  Nesse caso, a amostra foi classificada como genótipo 3 por sequenciamento, mas como infecção mista pelos genótipos 2 e 3 por HRM. Os dados corroboram os da literatura que relatam uma alta freqüência do genótipo 3 no Rio Grande do Sul, quando comparado com outros estados.  A alta freqüência do genótipo 3 é relevante e mostra que os pacientes dessa região do país talvez possam ter um melhor prognóstico em comparação aos pacientes de outros estados, uma vez que respondem melhor à terapia que os infectados com genótipo 1.

 

Financiamento: FINEP, FAPERGS, FEPPS.


Palavras-chave:  Hepatite C, diagnóstico molecular, teste colorimétrico, genotipagem, Rio Grande do Sul