IMPORTÂNCIA DE REPIQUE PARA A RECUPERAÇÃO DE CEPAS DE MYCOABCTERIUM TUBERCULOSIS COM RESULTADOS INVIÁVEIS NO TESTE  DE SUSCEPTIBILIDADE PELO MÉTODO AUTOMATIZADO DE MGIT 960

Juliana Maíra Watanabe Pinhata (IAL); Maria Conceição Martins (IAL); Carmen Maria Saraiva Giampaglia (IAL); Rosangela Siqueira Oliveira (IAL)

A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa que causa anualmente cerca de 2 milhões de óbitos e 8 milhões de novos casos, sendo um sério problema para a saúde pública. A resistência às drogas anti-TB é a ameaça mais importante que compromete o controle mundial da TB. O tratamento para esta doença consiste em uma associação de antibióticos que são: Rifampicina (R), Izoniazida (I), Etambutol (E) e Estreptomicina (S). O teste de susceptibilidade (TS) para cepas de Mycobacterium tuberculosis é uma ferramenta recomendada pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose. O Setor de Micobactérias do Instituto Adolfo Lutz (IAL) realiza TS pelo sistema automatizado BACTEC MGIT 960, que permite testar os antimicrobianos utilizados no tratamento da tuberculose (estreptomicina, isoniazida, rifampicina e etambutol). Os resultados dos testes são observados entre 4 a 12 dias após incubação. Os TS que se encerram com mais de 12 dias são considerados como cepas inviáveis para o cultivo (erro 200). O fato destas cepas não apresentarem crescimento no TS é um fator muito preocupante, pois entre elas podem estar cepas resistentes, inclusive multirresistentes (MDRs). O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento das cepas cujos resultados do TS liberados pelo aparelho BACTEC MGIT 960 foram erro 200 e avaliar a necessidade de repique para recuperação destas e submetê-las a um novo TS. Para tal levantamento foram analisados os relatórios de encerramento dos testes emitidos pelo aparelho MGIT 960 e o livro de resultados do setor no período de outubro de 2006 a dezembro de 2008. Neste período 280 cepas tiveram resultados como erro 200 no TS. Destas, 247 (88%) foram repicadas sendo que 181 (73%) cresceram após o repique. Os TS dessas 181 cepas resultaram em 123 cepas (68%) sensíveis e 58 (32%) resistentes a pelo menos um antibiótico. Do total das 58 cepas resistentes, 20 (35%) foram MDR. As cepas que tiveram resultado erro 200 pelo aparelho BACTEC MGIT 960 não estão necessariamente inviáveis para o cultivo, uma vez que foi observada alta taxa de recuperação. Dentre estas, foi obtido um elevado percentual de resistência e isto demonstra a importância de repique e repetição do TS destas cepas.