25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1877-2


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DO MEL DE DUAS ESPÉCIES DE ABELHA INDÍGENA SEM FERRÃO

Renah Boanerges de Queiroz Pimentel (UEA); Cristóvão Alves da Costa (INPA); Sergio Duvoisin Junior (UEA)

Resumo

Introdução: o mel vem sendo utilizado desde a antiguidade no tratamento de feridas e queimaduras, e atualmente vem sendo cada vez mais utilizado na medicina moderna, principalmente no que diz respeito a infecções bacterianas. Embora seu uso não seja novidade, sua utilização sempre foi baseada em princípios empíricos sem bases científicas concretas. Esta pesquisa teve como objetivo avaliar a atividade antibacteriana do mel de duas espécies de abelhas sem ferrão, frente a algumas bactérias patogênicas. Material e métodos: As amostras de mel foram fornecidas pelo Grupo de Pesquisas em Abelhas-GPA do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA, das espécies Melipona compressipes manaoenses e Melipona seminigra. As bactérias utilizadas nesse estudo foram: Staphylococcus aureus, Escherichia coli(0157:H7), Klebsiella sp., Salmonella paratyphi, Shigella sonnei e Proteus vulgaris. As bactérias foram cultivadas em meio líquido caldo Muller-Hinton à temperatura de 370C por 24h até atingir a escala 0,5 de McFarland. Para dispor igualmente as células bacterianas sobre a placa de petri, 30mL da cultura foi adicionada em um tubo com 3mL de ágar Muller-Hinton à 0,8%, e despejada sobre a superfície das placas de petri com ágar Muller-Hinton a concentração normal. A atividade antibacteriana das amostras de mel foi determinada pelo método de cavidades em placa onde foram feitas de 3 a 5 poços nas placas, em cada poço foi adicionado 40mL do mel nas diluições de 1:1, 1:4, 1:6 e o mel puro. As diluições do mel foram feitas com água bidestilada. Posteriormente as placas foram incubadas à temperatura de 37ºC por 24h, então procedeu-se à leitura do diâmetro dos halos de inibição. Resultados: O mel de Melipona compressipes manaoenses inibiu o crescimento de S. aureus e E. coli(0157:H7) nas diluições de 1:1 e puro, com halos de 12mm,15mm e 9mm,16mm respectivamente. E inibiu o crescimento de S.sonnei e P.vulgarisnas diluições de 1:1, 1:4, 1:6 e o mel puro, com halos de 14mm, 12mm, 9mm, 12mm, e  20mm, 15mm, 13mm 24mm respectivamente, enquanto que o mel de  Melipona seminigra não apresentou atividade inibitória. Discussão: os açúcares e o peróxido de hidrogênio eram considerados os principais fatores de inibição do mel, porém pesquisas têm apontado outros fatores como os fitoquímicos envolvidos no processo de inibição. O mel tem se mostrado um agente antibacteriano de amplo espectro e seu potencial pode variar claramente, espécie da abelha e condições externas podem afetar sua composição, o que pode comprometer sua reprodutibilidade. Conclusão: a informação agrupada neste artigo de testes in vitro oferece ao mel vantagens no controle do crescimento bacteriano e até no tratamento de certos problemas de saúde. Agradecimento: á Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas-FAPEAM.


Palavras-chave:  Mel antibacteriano, Abelhas sem ferrão, Peróxido de hidrogênio, Bactérias patogênicas