25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1876-1


Área: Fermentação e Biotecnologia ( Divisão J )

PRODUÇÃO E APLICAÇÃO DE BIOSSURFACTANTES NA SÍNTESE DE NANOPARTÍCULAS EM MICELAS REVERSAS

Aline Ferreira Silva (UNICAP); Danyelle Khadydja Félix dos Santos (UNICAP); Selma Neide Rodrigues Lopes Silva (UNICAP); Charles Bronzo Barbosa Farias (UNICAMP/FEQ); Raquel Diniz Rufino (UFPE); Juliana Moura Luna (UFPE); Leonie Asfora Sarubbo (UNICAP)

Resumo

Os surfactantes são agentes anfipáticos com aplicação nas indústrias petrolífera, alimentícia, química e farmacêutica, destacando-se o recente uso dessas biomoléculas na síntese de nanopartículas. Na última década, as pesquisas direcionadas para os metais nobres de importância na química e na física têm recebido considerável atenção em função de suas dimensões nanométricas. Em virtude dos efeitos do tamanho quântico e de superfície, as nanopartículas podem exibir novas propriedades ópticas, eletrônicas, magnéticas, químicas e estruturais. Muitos surfactantes sintéticos são utilizados na obtenção das nanopartículas, embora o uso de produtos biodegradáveis e menos tóxicos, como os surfactantes microbianos, torna-se uma estratégia importante na obtenção de componentes compatíveis com o meio ambiente. Nesse sentido, seis biossurfactantes foram produzidos a partir de resíduos industriais como substratos de baixo custo. Cinco foram produzidos por espécies de Candida, enquanto que um foi obtido a partir da bactéria Pseudomonas aeruginosa. As biomoléculas obtidas reduziram a tensão superficial da água de 72 mN/m para 25-31 mN/m, enquanto que as Concentrações Micelares Críticas foram obtidas entre 0,07-1% e os rendimentos variaram de 3 a 8g/L. A partir do conhecimento das propriedades tensoativas dos biossurfactantes, nanopartículas foram preparadas em micelas reversas obtidas com a adição dos surfactantes como estabilizadores das microemusões. Os resultados demonstraram que nanopartículas de prata foram obtidas com sucesso. Um tamanho de partículas de prata na ordem 1,13 nm foi observado para o biossurfactante de Pseudomonas aeruginosa utilizado como estabilizador, enquanto que partículas de 4,5 mm foram obtidas a partir do biossurfactante de Candida sphaerica. O uso de biossurfactantes renováveis e biodegradáveis em substituição aos surfactantes sintéticos tóxicos constitui uma alternativa promissora na síntese de nanopartículas inorgânicas.


Palavras-chave:  BIOSSURFACTANTE, NANOPARTÍCULAS, RESÍDUOS INDUSTRIAIS