25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1875-1


Área: Patogenicidade Microbiana ( Divisão D )

ESCHERICHIA COLI ENTEROPATOGÊNICA EXPRESSA A TOXINA CODIFICADA POR PLASMÍDIO (PET) DE MANEIRA SIMILAR A ESCHERICHIA COLI ENTEROAGREGATIVA

Sarita Rossato (IBU); Camila Franco de Miranda Barbosa (IBU); Elisabete Silva Soares (IBU); Roxane Maria Fontes Piazza (IBU); Rita de Cássia Ruiz (IBU)

Resumo

Introdução: Escherichia coli enteroagregativa (EAEC) e Escherichia coli enteropatogênica atípica (EPECa) tem sido descritas como importantes patógenos causadores de diarréia em vários estudos epidemiológicos. Sabe-se que EAEC adere-se a mucosa intestinal e produz citotoxinas que desempenham um importante papel na diarréia.  Toxina codificada pelo plasmídio (Pet) é uma serino protease autotransportadora que contribui na patogênese da EAEC. Já a EPEC adere-se ao epitélio intestinal, altera o citoesqueleto o que leva a uma lesão histopatológica (lesão A/E).  Enquanto a EPEC típica apresenta homogeneidade com relação aos fatores de virulência, a EPECa é um grupo altamente heterogêneo, que freqüentemente expressa fatores de virulência de outros patótipos de E. coli. No entanto, muito pouco se conhece sobre quais toxinas  EPECa é capaz de produzir. Objetivo: Investigar a expressão da toxina Pet em EPECa, comparando com a expressão de EAEC. Materiais e Métodos: Ensaios de citotoxicidade foram realizados em HEp-2, com isolado bacteriano ou o sobrenadante da cultura bacteriana dos isolados de EPECa 2275 (O113:H19) pet/sat; 3160 (O110:H-) pet/sat/ Ehly; 2923 (O34:H6) pet/sat; 2991 (O34:H) pet/sat cujo os genes foram amplificados por PCR multiplex, isolate 3170 (O145:H2) PCR negativo e de 7 isolados de EAEC. Resultados e Discussão Todos os isolados testados, exceto o 3170, causaram dano celular. Os efeitos citotóxicos foram neutralizados quando os isolados foram previamente incubados com PMSF, inibidor de serino protease ou com a fração enriquecida de IgG, obtida do soro policlonal anti-Pet. No entanto, nenhum efeito citotóxico foi detectado nos ensaios realizados com os sobrenadantes de cultura, embora a presença de toxina Pet tenha sido demonstrada no sobrenadante por Immunoblotting. Este estudo mostra que diferentes sorotipos de EPECa podem expressar Pet, de forma semelhante a expressa por EAEC. Além disso, Pet secretada no sobrenadante apresenta-se  inativa tanto em EPECa, como em EAEC. Conclusão: Estes resultados demonstram ineditamente, que isolados de EPECa podem expressar a toxina Pet de forma semelhante à EAEC, o que corrobora com a alta heterogeneidade sugerida para EPECa. A falta de atividade da toxina no sobrenadante sugere que a atuação de Pet pode necessitar de alguma molécula acessória, provavelmente ausente ou inativa no sobrenadante. 

Apoio:  FAPESP


Palavras-chave:  Toxina Pet, EPEC atípica, EPEC, EAEC, Escherichia coli