25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1870-2


Área: Microbiologia Veterinária ( Divisão G )

CARACTERISTICAS FENOTÍPICAS E GENÉTICAS DE CEPAS DE ESTREPTOCOCOS DO GRUPO C ISOLADAS DE ENDOMETRITE EQUINA

Daniela Karina de Souza Souza (UFF); Carla Fernanda P. M. Carvalho Carvalho (Unipli); Fabíola Cristina de Oliveira Kegele Kegele (Fiocruz); Rosana Rocha Barros Barros (UFF)

Resumo

Os estreptococos beta-hemolíticos do grupo C de Lancefield (EGC) compreendem diversas espécies de importância veterinária, como Streptococcus dysgalactiae subsp. dysgalactiae, Streptococcus equi subsp. zooepidemicus, e Streptococcus equi subsp. equi. Os EGC também estão relacionados a infecções em humanos, decorrentes principalmente do contato ou consumo de alimentos de origem animal. Neste estudo, seis cepas de EGC isoladas entre setembro e outubro de 2007 a partir de secreção uterina de éguas que apresentavam sinais clínicos de endometrite foram submetidas à identificação fenotípica, avaliação do perfil de susceptibilidade a antimicrobianos e da diversidade genética, através de RAPD-PCR. Para identificação das espécies, foram utilizados testes fisiológicos simplificados (produção de ácidos a partir de sorbitol e trealose) e o sistema VITEK 2 Compact. Houve concordância de identificação a partir dos dois métodos realizados. As cepas foram identificadas como Streptococcus dysgalactiae subsp. dysgalactiae (2) e Streptococcus equi subsp. zooepidemicus (4). O teste de sensibilidade antimicrobiana foi realizado pelo método de difusão em disco, de acordo com as normas do CLSI. As cepas foram susceptíveis a ceftriaxona, levofloxacina, penicilina G e vancomicina. Apenas uma cepa foi susceptível à tetraciclina. Foi observado resistência à eritromicina  (1 cepa, fenótipo M) e à clindamicina  (1 cepa). Entre S. dysgalactiae subsp. dysgalactiae os perfis de RAPD-PCR foram intimamente relacionados, enquanto que entre S. equi subsp. zooepidemicus, estes perfis foram distintos. Apesar do número limitado de cepas, é possível observar que os testes fisiológicos recomendados para a diferenciação dos estreptococos do grupo C apresentam performance comparável ao sistema automatizado. É interessante notar que a resistência a antimicrobianos é um fenômeno observado tanto em cepas de origem humana quanto animal. Observa-se ainda que as cepas, principalmente de S. equi subsp. zooepidemicus, envolvidas nestes quadros de endometrite equina são geneticamente distintas, o que sugere o caráter endógeno destas infecções.

Apoio: PROPP/UFF; FAPERJ

 


Palavras-chave:  endometrite equina, estreptococos, RAPD, resistência a antimicrobianos