25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1831-1


Área: Microbiologia Geral ( Divisão H )

ESTUDO DA CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA DE LECTINAS ISOLADAS DE SEMENTES DE LEGUMINOSAS DO GÊNERO "CANAVALIA" FRENTE AO ESTREPTOCOCOS MUTANS.

Rafaela Mesquita Bastos (UVA); Nairley Cardoso Sás (UFC); Theodora Thays Arruda Cavalcante (UFC); Tales Rocha de Moura (Biomol); Benildo Sousa Cavada (Biomol); Edson Holanda Teixeira (UFC)

Resumo

A cárie dental constitui-se em uma doença multifatorial, infecciosa, transmissível e dieta dependente. Estreptococos do grupo mutans, habitantes comuns da cavidade oral, apresentam um papel importante nesta patologia infecciosa, que é uma das mais prevalentes em todo o mundo. Nas últimas décadas ocorreu um aumento na tentativa de desenvolver produtos naturais para prevenção de doenças bucais. Diversos relatos na literatura têm demonstrado que estes produtos, principalmente plantas medicinais, apresentam atividade antibacteriana sobre os patógenos bucais, entre estes S. mutans. Lectinas são proteínas de origem não imune, possuindo pelo menos um domínio não catalítico de ligação a carboidratos capazes de ligar-se a mono ou oligossacarídeos específicos. O desenvolvimento de agentes terapêuticos com potencial de interferência na colonização do elemento dental por organismos cariogênicos é uma das primeiras estratégias para a redução da incidência de doenças dentais. A concentração inibitória mínima das lectinas de sementes de Canavalia ensiformis, C. boliviana e C. brasiliensis frente ao S. mutans foi verifcada através de técnica de microdiluição realizada em placa de poliestireno de 96 poços. Foram utilizados como controles solução salina e BSA (soro albumina bovina), nas mesmas concentrações das lectinas testadas. Foram realizadas leituras com 0, 12,18 e 24h após a montagem da placa em leitor de ELISA. No presente estudo, lectinas isoladas de sementes de Canavalia ensiformis, C. boliviana e C. brasiliensis foram capazes de inibir o crescimento de S. mutans após 12 h de crescimento, comparado aos controles de salina (p<0.001) e BSA (p<0.001). A lectina isolada de C. boliviana inibiu ainda o crescimento bacteriano no tempo de 24 horas e C. brasiliensis com 18 horas de crescimento comparado aos controles de salina (p<0.001) e BSA (p<0.001). As possibilidades de uso de lectinas como ferramentas biotecnológicas têm sido examinadas existindo um grande número de trabalhos exibindo atividades biológicas relevantes para essas proteínas. Os dados encontrados apontam para um potencial anticárie dessas moléculas sendo necessários outros estudos com modelos mais fideldignos para avaliar a possibilidade de uso dessas moleculas na profilaxia de carie dental.

Orgãos financiadores: Capes, Funcape e CNPq.


Palavras-chave:  BACTÉRIA, LECTINA, MIC