Uma das análises funcionais de novos genes consiste na determinação da localização subcelular da proteína codificada. Neste trabalho descrevemos a utilização de dois transposons artificiais derivados do transposon bacteriano Tn5 que incorporam a sequência codificadora de GFP (green fluorescent protein) para gerar fusões em proteínas ainda não caracterizadas no fungo oportunista Candida albicans. Os transposons utilizados também contêm os marcadores URA3 e Kanr para seleção de leveduras e bactérias, respectivamente. Após a transposição in vitro, os alelos contendo as inserções podem ser transferidos para o lócus cromossômico por recombinação homóloga.
O primeiro transposon testado, CaTn5GFP-FL, permite que após transposição no plasmídeo alvo os marcadores de seleção sejam eliminados por digestão enzimática e religado, resultando num produto que codifica para proteína de fusão com GFP full-lenght. Como alvo utilizamos o gene PGA13 que codifica para uma putativa proteína ancorada por GPI (glicosilfosfatidilinositol). Após a reação de transposição in vitro obtivemos duas inserções in-frame. A marcação pontuada da fluorescência de Pga13-GFP foi observada na periferia das células confirmando que a Pga13p é uma proteína de superfície (membrana ou parede celular).
O segundo transposon testado CaTn5GFP-SAT1-FLP, pode gerar fusões com GFP truncadas na região C-terminal do gene alvo. Utilizamos como alvo uma mini-biblioteca de 20 genes não caracterizados em C. albicans cujos homólogos em S. cerevisiae estão envolvidos na organização do citoesqueleto de actina. Obtivemos uma inserção in-frame no gene VRP1. A análise da fluorescência da proteína de fusão VRP1-GFP tanto em leveduras quanto em hifas de C. albicans mostra uma distribuição similar ao citoesqueleto cortical de actina com alguns pontos de co-localização.
Em conclusão os transposons utilizados representam novas ferramentas para obtenção de dados de localização subcelular de proteínas em C. albicans.