25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1825-1


Área: Imunologia ( Divisão E )

CITOCINAS INFLAMATÓRIAS SÉRICAS EM PACIENTES PORTADORES DE HANSENÍASE

Lúcia de Paula (FUAM); Isabella da Motta Passos (FUAM); Rossilene Conceição Silva Cruz (FUAM); Adriana Malheiro (HEMOAM); Megumi Sadahiro (FUAM); George Allan Villarouco da Silva (FUAM); Maísa Porto dos Santos (FUAM); Liziara Silva Fraporti (HEMOAM); Maria da Graça Souza Cunha (FUAM)

Resumo

Introdução: O Mycobacterium leprae é um bacilo intracelular obrigatório, capaz de provocar danos na pele e nos nervos periféricos, característicos da hanseníase. Apesar das controvérsias em relação aos outros países que não se encontram nesta lista, em 2004, o Brasil era o país que apresentava a maior taxa de prevalência mundial (4,6 por 10.000 indivíduos), e um número total de casos de 79.908. Aproximadamente 45.000 novos casos por ano são registrados e estes doentes concentram-se principalmente nos Estados das regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste. Na forma de alta resistência à infecção pelo M. leprae, ou hanseníase tuberculoide ocorre exacerbação da resposta imune celular, formação de granuloma bem definido, limitação das lesões e destruição completa dos bacilos. No outro pólo, encontra-se a forma de alta suscetibilidade, a hanseníase virchoviana, caracterizada por deficiência de resposta imune celular, excessiva multiplicação bacilar e disseminação da infecção para vísceras e tecido nervoso. Entre essas duas formas opostas existem as formas instáveis que são: hanseníase dimorfa tuberculoide, hanseníase dimorfa  e hanseníase dimorfa virchoviana. As apresentações clínicas da hanseníase estão correlacionadas com padrões imunológicos distintos, variando de uma vigorosa resposta imune mediada por células T, macrófagos e reação granulomatosa ao M. leprae, com produção de citocinas Th1, caracterizando o pólo tuberculoide, paucibacilar, à ausência da resposta celular específica pobre, com produção de anticorpos e citocinas Th2, caracterizando o pólo lepromatoso, multibacilar. Por razões não entendidas, a resposta Th1 é exacerbada e está diretamente envolvida na patologia do nervo e pele. No entanto, há relatos na literatura conflitantes em relação ao padrão de resposta Th1/Th2 entre os pólos da doença. Objetivo: Comparar níveis séricos de citocinas do padrão Th1 e Th2 em pacientes portadores de hanseníase. Metodologia: As citocinas interleucina 4 (IL-4), interleucina 6 (IL-6), interleucina 12 (IL-12) e fator de necrose tumoral (TNF-α) foram quantificadas por ELISA em 53 pacientes recém diagnosticados de hanseníase - 19 tuberculoides, 22 virchowianos e 12 indeterminados. Resultados: Foram identificados níveis mais altos de IL-12 em pacientes do pólo tuberculoide em relação ao pólo virchowiano (p= 0,008). Não houve diferença significativa de TNF-α, IL-4 e IL-6 entre as formas clínicas de hanseníase. Conclusão: Nossos resultados confirmam que a IL-12 é uma citocina predominante no pólo tuberculoide, corroborando com a resposta Th1 descritos na literatura. Suporte Financeiro: FAPEAM/CNPq. Palavras-chave: hanseníase, citocinas, IL-12, IL-6, IL-4.


Palavras-chave:  hanseníase, citocinas, IL-12, IL-6, IL-4