25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1814-2


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA E GENÉTICO-MOLECULAR DA BIOTA OROTRAQUEAL DE PACIENTES CRÍTICOS SUBMETIDOS À VENTILAÇÃO MECÂNICA

Paula Regina Souza (EERP-USP); Denise Andrade (EERP-USP); Juliana Pfrimer Falcão (FCFRP-USP); Fábio Campioni (FCFRP-USP); Roberto Antônio Souza (FCFRP-USP); Danielle Gonçalves Martins Oliveira (EERP-USP)

Resumo

A assistência em Unidade de Terapia Intensiva é constantemente desafiada por infecções, especialmente a pneumonia associada à ventilação mecânica, que resultam no aumento da morbimortalidade, no tempo de internação e nos custos. O objetivo deste estudo foi identificar a presença de Staphylococcus aureus, Staphylococcus coagulase-negativa e Pseudomonas aeruginosa isoladas na assistência respiratória de pacientes críticos e determinar o perfil de sensibilidade dessas bactérias aos antibióticos. Também, analisar a similaridade genética dessas cepas. Trata-se de um estudo observacional prospectivo realizado na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital de emergência no interior do estado de São Paulo, que envolveu pacientes adultos com período ≥ 48 horas de intubação endotraqueal em ventilação mecânica mediante consentimento do responsável. As amostras foram procedentes da saliva, secreção traqueal e tubo traqueal dos referidos pacientes; e das luvas utilizadas na aspiração do tubo endotraqueal, cuja identificação ocorreu por meio de técnicas clássicas da microbiologia e kit Staphclin. O perfil de resistência aos antibióticos foi determinado pela concentração inibitória mínima e análise molecular por eletroforese em campo pulsado. Na análise dos dados obtidos pelas técnicas de biologia molecular, utilizou-se o BioNumerics versão 5.1 Na análise microbiológica verificou-se que a presença das cepas foi variável em termos quantitativos segundo sua procedência. Houve predominância de contaminação nas luvas direitas com as cepas de Staphylococcus coagulase-negativa. A prevalência de resistência a oxacilina foi de 16,1% para Staphylococcus aureus e 22,6% Staphylococcus coagulase-negativa. Para Pseudomonas aeruginosa 18,5% de resistência ao imipenem e ciprofloxacina. Em termos de similaridade genética observou-se apenas um caso de Pseudomonas aeruginosa isolada da saliva e tubo traqueal de um mesmo paciente. E, em 12 cepas evidenciou-se uma forte relação genética procedentes da saliva e do tubo traqueal. Dos Staphylococcus aureus e Staphylococcus coagulase-negativa ambos resistente a oxacilina foram similares as cepas procedentes da saliva e secreção traqueal. Embora com número reduzido de amostras os resultados sinalizaram para a possibilidade de dispersão microbiana endógena tendo a cavidade orofaríngea como o principal reservatório.


Palavras-chave:  Infecção hospitalar, Biologia molecular, Paciente crítico, Resistência antimicrobiana, Unidade de terapia intensiva