25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1795-2


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

DISSEMINAÇÃO DO GENE BLACTX-M  EM AMOSTRAS DE KLEBSIELLA SPP. ISOLADAS EM HOSPITAIS BRASILEIROS: RELATO PRELIMINAR DO PROGRAMA SCOPE BRASILEIRO

Jussimara Monteiro (UNIFESP-EPM); Soraya Sgambatti de Andrade (UNIFESP-EPM); Talita Trevizani Rocchetti (UNIFESP-EPM); Paulo José Martins Bispo (UNIFESP-EPM); Carlos Alberto Pires Pereria (IOP); Evelyne Girão (HUWC); Jurival Ribeiro (HBB); Alexandre Marra (UNIFESP-EPM); Ana Cristina Gales (UNIFESP-EPM); Antonio Carlos Campos Pignatari (UNIFESP-EPM)

Resumo

Introdução: De acordo com dados preliminares do programa SCOPE brasileiro, Klebsiella spp. (KSP) foi o segundo patógeno mais frequente detectado em infecções de corrente sanguínea (ICS). A produção de β-lactamase de espectro ampliado (ESβL) é caracterizada como um importante mecanismo de resistência descrito mundialmente nesses microrganismos. Esse estudo teve como objetivo caracterizar molecularmente os tipos de β-lactamase CTX-M mais prevalentes em 15 hospitais das cinco regiões brasileiras. Material e Métodos: Durante o período de junho de 2007 a dezembro de 2008, 167 amostras de KSP isoladas do primeiro episódio de ICS, em 15 hospitais representativos das cinco regiões brasileiras foram encaminhadas ao Laboratório Especial de Microbiologia Clínica (LEMC). Todas as amostras foram submetidas a re-identificação, e teste de sensibilidade aos antimicrobianos pelo sistema automatizado BD Phoenix 5.1TM. As amostras que apresentaram teste fenotípico positivo pelo sistema Phoenix para a produção de ESβL foram submetidas à reação em cadeia da polimerase (PCR) para a detecção do gene blaCTX utilizando primers específicos. Os produtos gerados pela reação da PCR foram submetidos ao sequenciamento. Resultados: As 167 amostras de Klebsiella spp. foram re-identificadas como: K. pneumoniae (n=158), seguida por K. oxytoca (n=8) e K. ozaenae (n=1). Noventa e quatro amostras (56,2%) foram classificadas como produtoras ESβL. As β-lactamases do tipo CTX-M foram detectadas em 68 amostras. Foi possível observar uma maior frequência de ESβL do tipo CTX-M-2 (n=56) entre as cepas isoladas das cinco regiões brasileiras, CTX-M-9 foi caracterizada somente em uma amostra isolada da região Centro-Oeste do país e CTX-M-15 foi identificada em três amostras de dois centros da região sudeste, uma amostra de um centro da região centro-oeste e sete amostras de um único centro da região nordeste. Conclusão: Esse estudo mostrou a predominância de CTX-M-2 e emergência de CTX-M-15 em amostras de KSP isoladas de ICS em hospitais brasileiros. A disseminação desse tipo de β-lactamase esta causando importantes e imprevisíveis mudanças na epidemiologia da resistência aos antibióticos β-lactâmicos.


Palavras-chave:  Klebsiella spp., â-lactamase CTX-M, SCOPE