25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1792-1


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

IDENTIFICAÇÃO ATRAVÉS DE GENOTIPAGEM DAS CEPAS DE STREPTOCOCCUS PYOGENES ISOLADAS NO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE SÃO PAULO

Samar Freschi de Barros (InCor); Raquel Alencar (InCor); Fabio Higa (InCor); Karine Marafigo de Amicis (InCor); Flavia Rossi (HC-FMUSP); João Nóbrega de Almeida Junior (HC-FMUSP); Jorge Kalil (InCor); Luiza Guilherme (InCor)

Resumo

S.pyogenes é um importante agente patogênico humano, responsável por infecções freqüentes, como a amigdalite/faringite e impetigo que podem ocasionar doenças autoimunes como febre reumática e glomerulonefrite e também, doenças invasivas, tal como sepsis, fasciíte necrosante e síndrome de choque tóxico. A proteína M, codificada pelo gene emm, é o principal fator de virulência de S.pyogenes. A genotipagem deste gene permite a classificação em diferentes cepas. No Brasil a prevalência de cepas ainda é pouco conhecida. Há 3 anos iniciamos a caracterização de amostras de S.pyogenes isoladas em São Paulo através seqüenciamento dos genes emm, e detecção de genes sof ("serum opacity factor") e dos superantígenos (speA, B e C) através de PCR. Amostras de S.pyogenes, obtidas do banco de amostras do Laboratório Central, Hospital das Clínicas - FMUSP, foram identificadas por genotipagem do gene emm, as sequências foram obtidas e analisadas de acordo com protocolo proposto pelo CDC (Center for Disease Control and Prevention). A detecção dos genes sof e dos superantígenos Sags (speA, B e C) foi realizada através de PCR, utilizando iniciadores específicos já descritos na literatura. Das 399 amostras coletadas, 193 tiveram seu gene emm sequenciado e 103 já foram analisadas e confirmadas. Foram obtidos 32 tipos de M, os mais freqüentes: M1 (23%), M12, 87 e 6 (8%), M22 (6%), M77 e M75 (5%), M58 e M3 (3%). Em 99 amostras foi avaliada a presença de sof, speA, B e C, observamos entre os isolados invasivos uma maior incidência de amostras sof + (63%). Para speA observamos freqüências similares em amostras invasivas e não invasivas (15 e 14% respectivamente), para speB 85% (invasivas) e 80% (não invasivas). Igualmente para SpeC 26%(invasivas) e 35% (não invasivas). Diferentemente de outros estudos observamos que a frequência de speA é baixa nas nossas amostras .

Em resumo, os nossos dados mostram variabilidade de cepas envolvidas em diversas patologias. Além disso, dentre os Sags estudados speB é o mais freqüente. O conhecimento da distribuição das cepas de S.pyogenes e sua correlação com determinadas patologias tem aplicação clínica e certamente contribuirá para o desenvolvimento de vacina contra S.pyogenes.

Financiamento: FAPESP

 


Palavras-chave:  Streptococcus pyogenes, genotipagem, proteína M, Sags