25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1790-1


Área: Patogenicidade Microbiana ( Divisão D )

LOCALIZAÇÃO CELULAR DA TOXINA TERMO-LÁBIL (LT) DE ESCHERICHIA COLI ENTEROTOXIGÊNICA (ETEC)

Christiane Yumi Ozaki (IBu); Letícia Barboza Rocha (IBu); Roxane Maria Fontes Piazza (IBu)

Resumo

Introdução: Escherichia coli enterotoxigênica (ETEC) é o principal agente associado à chamada "diarréia dos viajantes", que acomete turistas em trânsito em regiões onde é endêmica, além de produzir, anualmente, cerca de 400 milhões de episódios de diarréia e 700.000 mortes de crianças com menos de cinco anos de idade. Um dos principais fatores de virulência de ETEC é a produção, isolada ou simultânea, de dois tipos de enterotoxinas: a toxina termo-lábil (LT) e a toxina termo-estável (ST), sendo utilizadas para identificação das amostras de ETEC. Dados da literatura afirmam que a toxina ST é secretada para o meio de cultura, enquanto a localização da toxina LT é controversa. Alguns autores afirmam que sua localização é periplasmática, enquanto outros afirmam que ela é secretada na forma de vesículas. A localização dessas toxinas garantiria um diagnóstico rápido e fácil das amostras de ETEC. Objetivos: Determinar a localização celular da toxina LT em diferentes amostras de ETEC. Materiais e Métodos: Sessenta e seis amostras de ETEC, sendo 51 amostras produtoras de LT e 15 amostras produtoras de LT/ST foram cultivadas em caldo E. coli. Após crescimento, 1 mL da cultura bacteriana foi centrifugada tendo o sobrenadante armazenado. O precipitado foi tratado com 1 mL de tampão de uréia 8 M, sendo centrifugado e o sobrenadante armazenado. Tanto os sobrenadantes da cultura bacteriana quanto os dos precipitados tratados com uréia foram testados, por ELISA de captura, em placas Maxisorp sensibilizadas com 30 μg/mL de fração enriquecida em IgG de soro anti-LT obtido em coelho. A detecção foi realizada com 74 μg/ mL de anticorpo monoclonal IgG2b anti-LT purificado. Resultados: Das 66 amostras analisadas, 16,6% apresentaram a toxina LT no sobrenadante, 18,2% apresentaram-na tanto no sobrenadante quanto no precipitado e em 65,1% das amostras, a toxina foi detectada somente no precipitado. Discussão: A toxina LT produzida por amostras de ETEC está presente, em sua maioria, no espaço periplasmático bacteriano, porém algumas amostras podem secretá-la para o sobrenadante. Para o diagnóstico de ETEC, ambas as frações devem ser testadas, uma vez que a toxina ST também é secretada para o sobrenadante de cultura.

Auxílio: FAPESP


Palavras-chave:  ETEC, Precipitado, Sobrenadante, Toxina-LT