25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1782-1


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

FORMAÇÃO DE BIOFILME DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS E STAPHYLOCOCCUS EPIDERMIDIS SOBRE CIMENTO ÓSSEO COM E SEM GENTAMICINA.

Flávio Ferraz de Campos Júnior (EESC/FMRP/IQSC - USP); Cássio Antonio Lanfredi dos Santos (FcFAR - UNESP); Tomaz Puga Leivas (IOT- HCFMUSP); Antônio Carlos Pizzolitto (FcFAR - UNESP); Elisabeth Loshchagin Pizzolitto (EESC/FMRP/IQSC - USP)

Resumo

A infecção bacteriana é a principal complicação que um procedimento de artroplastia de quadril ou joelho pode apresentar, e os principais agentes causadores são Staphylococcus epidermidis e Staphylococcus aureus. Para prevenir a aderência bacteriana, incorporou-se ao cimento ósseo a base de polimetilmetacrilato (PMMA) o antibiótico sulfato de gentamicina. O objetivo deste trabalho foi observar a aderência e formação de biofilme bacteriano das cepas S. aureus (ATCC 25932) e S. epidermidis (ATCC 12228) sobre a superfície do cimento ósseo a base de PMMA de procedência internacional, com e sem gentamicina, por métodos microbiológicos e microscopia eletrônica de varredura (MEV). As cepas eram sensíveis ao sulfato de gentamicina. Foram produzidos corpos-de-prova (CDP) de cimento ósseo com e sem gentamicina e incubados com as bactérias por 1, 6, 24, 48 e 72 horas. Após os períodos de incubação, os CDP preparados para viabilidade celular foram lavados com tampão fosfato-salino e lavados em banho ultra-sônico durante 8 minutos. Os CPD preparados para MEV foram fixados em glutaraldeído 2,5%, desidratados em álcoois e metalizados. Para ambas bactérias, observou-se por MEV cocos aderidos e agrupamentos celulares em todos os períodos de incubação para o cimento ósseo com e sem gentamicina. A viabilidade das células recuperadas da superfície do cimento ósseo sem gentamicina variou de 103 a 104 Unidades Formadoras de Colônias/mL (UFC/mL) para S. aureus, e 106 UFC/mL para S. epidermidis; enquanto para o cimento sem gentamicina as UFC/mL foram de 106 UFC/mL para ambas as cepas, em todos os períodos de incubação. Em 24 horas de incubação, recuperou-se o maior número de células aderidas a superfície do CDP. O S. epidermidis mostrou maior capacidade em aderir e formar biofilme sobre cimento ósseo com gentamicina, fato comprovado por MEV. As infecções de materiais implantáveis por cepas S. aureus e S. epidermidis são cada vez mais freqüentes. O S. aureus é considerado um patógeno clássico, cansando sérias doenças em indivíduos saudáveis, enquanto o S. epidermidis é o principal patógeno envolvido em infecções nosocomiais com grande habilidade de aderir, formar biofilme, e causar infecções persistentes. Os resultados indicam que a ação do antibiótico incorporado ao cimento ósseo diminui o crescimento bacteriano, mas não impede aderência e formação de biofilme.


Palavras-chave:  Biofilme, S. aureus, S. epidermidis, Cimento ósseo, Gentamicina