25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1778-1


Área: Micologia Médica ( Divisão B )

PERFIL DA CANDIDÍASE ORAL EM CINCO ANOS DE ESTUDO EM UM LABORATORIO PÚBLICO DE MICOLOGIA.

Julio Abrantes Pereira (UFPB); Zélia Braz Vieira da Silva Pontes (UFPB)

Resumo

A candidíase oral é uma infecção fúngica causada por leveduras do gênero Candida, microrganismos que em geral colonizam a cavidade oral, e que na dependência do estado imunológico do hospedeiro e da virulência destas leveduras podem causar infecção. Entre os principais fatores predisponentes a candidíase oral está a infecção pelo HIV, uso de antibióticos de largo espectro, de corticóides ou quimioterápicos, a desnutrição, o uso de dentaduras e diabetes mellitus. Este trabalho foi um estudo do tipo documental retrospectivo (2003-2007) com abordagem quantitativa. O diagnóstico laboratorial correspondeu a exame microscópico direto após coloração pelo Gram e KOH, e cultivo em Agar Sabouraud-dextrose® com cloranfenicol e CHROMagar® Candida, seguido de análise macromorfológica, prova do tubo germinativo, microcultivo, assimilação de carbono e nitrogênio e fermentação de carbono para a identificação das espécies isoladas. Foram estudados 512 pacientes, destes 25,8% apresentaram candidíase oral, sendo 73% pertencentes ao gênero feminino e 27% ao masculino. O maior acometimento do gênero feminino se deu a uma maior preocupação deste com a sua saúde. Quanto a faixa etária, esta infecção ocorreu em pacientes com idade variando de 1 a 81 anos de idade, sendo mais freqüente na faixa etária 31-50 anos (média de 37,8 anos), estando a suspeita clínica de estomatite por dentadura como um dos fatores que possivelmente contribui para uma maior freqüência nesta faixa etária. A Candida albicans foi responsável por 67% dos casos e as espécies C. não-albicans por 33%, destacando-se as seguintes espécies: C. tropicalis (14%), C. parapsilosis (7%), C. glabrata (5%), Candida spp. (5%) e C. krusei (2%). As espécies não-albicans foram mais freqüentes na faixa etária de 51-60 anos de idade e responsáveis por 71,4% dos casos em 2007. A orofaringe foi a região mais acometida (46%), seguida de palato (38%), língua (10%), mucosa jugal (4%) e lábios (2%). Mesmo considerando o fato de que a candidíase oral não tenha aumentado ao longo destes cinco anos deve-se buscar medidas que visem à redução da sua incidência, principalmente devido a freqüência dos casos por espécies classificadas como Candida não-albicans, as quais freqüentemente podem apresentar resistência a terapia antifúngica.


Palavras-chave:  Candida albicans, candidíase oral, frequencia