25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1777-1


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

ESTUDO COMPARATIVO DE MECANISMOS DE RESISTÊNCIA EM CEPAS DE PSEUDOMONAS AERUGINOSA ISOLADAS DE INFECÇÃO DE CORRENTE SANGUÍNEA NO BRASIL E NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

Lorena Cristina Corrêa Fehlberg (UNIFESP); Alexandre Rodrigues Marra (UNIFESP); Danilo Elias Xavier (UNIFESP); Eloiza Helena Campana (UNIFESP); Adriana Gianinni Nicoletti (UNIFESP); Ana Cristina Gales (UNIFESP)

Resumo

Introdução: A incidência de PSA resistente aos antimicrobianos tem aumentado significamente nos últimos anos. PSA pode desenvolver resistência a múltiplos antimicrobianos, resultado da associação de diferentes mecanismos de resistência. Objetivo:Comparar os mecanismos de resistência identificados em isolados clínicos de PSA provenientes do Brasil e dos EUA. Métodos: Foram avaliadas 156 amostras de PSA isoladas de hemoculturas: 95 isolados de pacientes do Hospital São Paulo (HSP) e 61 de pacientes do Medical College of Virginia (MCV), EUA. O perfil de sensibilidade aos antimicrobianos foi avaliado pela técnica de diluição em ágar, segundo critérios do CLSI. A atividade carbapenemase foi avaliada por um método espectrofotométrico. A pesquisa dos genes que codificam ESβLs foi realizada pela PCR, seguido por sequenciamento. A expressão gênica dos diferentes sistemas de efluxo, ampC e oprD foi avaliada por PCR em tempo real. Resultados:Os isolados do HSP apresentaram maiores taxas de resistência aos antimicrobianos testados do que os isolados do MCV, exceto para ciprofloxacino. A hidrólise dos carbapenens foi evidenciada em 8 amostras do HSP e a produção de IMP (2) e SPM (6) foi confirmada nestas amostras. Em 2 outras amostras do HSP foi identificada a produção da ESβL GES. A presença dos genes codificadores de ESβL não foi evidenciada em nenhuma das amostras do MCV, bem como a atividade de carbapenemases. Os sistemas MexXY-OprM e MexCD-OprJ foram os mais frequentes sistemas expressos nos isolados do HSP e do MCV, respectivamente. Apesar de 45% e 73% dos isolados do HSP e MCV, respectivamente, apresentarem níveis basais de expressão de ampC, a média da expressão relativa foi maior nos isolados do HSP que nos isolados do MCV. A redução da expressão relativa da porina oprD foi ligeiramente maior nos isolados do MCV. Conclusão: Em geral, os isolados de PSA do HSP mostraram-se mais resistentes do que os isolados do MCV. Para os agentes β-lactâmicos, esta discrepância pode ser explicada pela maior ocorrência de β-lactamases nos isolados do HSP. A resistência aos aminoglicosídeos pode ser associada à presença de genes de resistência no mesmo elemento genético que carrega o gene que codifica β-lactamases. Além disso, a maior sensibilidade aos β-lactâmicos e a resistência às quinolonas, observada nas amostras do MCV, pode ser explicada pela hiperexpressão do sistema MexCD-OprJ.


Palavras-chave:  Pseudomonas aeruginosa, Resistência bacteriana, Infecção de corrente sanguinea