25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1770-1


Área: Micologia Médica ( Divisão B )

ATIVIDADE HEMOLÍTICA DE CEPAS DE CANDIDA ALBICANS ISOLADAS DE PACIENTES COM PERIODONTITE CRÔNICA PORTADORES OU NÃO DE DIABETES MELLITUS

Janaina de Cássia Orlandi Sardi (FOP - UNICAMP); José Francisco Höfling (FOP - UNICAMP); Reginaldo Bruno Gonçalves (FOP - UNICAMP)

Resumo

 

INTRODUÇÃO: Alterações sistêmicas que causam deficiência do sistema imune, como o diabetes melittus, podem induzir a proliferação de Candida sp. sob formas mais virulentas com alta capacidade de aderir e penetrar nas células do tecido do hospedeiro. Na cavidade oral, esses microrganismos podem agregar-se a bactérias no biofilme dental e contribuir para o processo de colonização microbiana em bolsas periodontais. Alguns estudos têm mostrado correlação positiva entre diabetes melittus e destruição periodontal, principalmente em pacientes diabéticos sem controle glicêmico. Candida albicans produz muitas enzimas histolíticas, como hemolisina, que são capazes de degradar substratos e proteínas, podendo afetar severamente o hospedeiro. A atividade de hemolisina encontra-se associada à capacidade que as leveduras têm em destruir hemácias e utilizar o ferro como nutriente, sendo este considerado um importante fator de virulência de diversos microrganismos. OBJETIVO: O objetivo desse trabalho foi avaliar a produção de hemólise por cepas de C. albicans isoladas de pacientes com periodontite crônica, portadores ou não de diabetes melittus. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram selecionados pacientes diabéticos e não diabéticos portadores de periodontite crônica, nos quais foram coletadas com o auxílio de curetas amostras do biofilme subgengival. Essas amostras foram inseridas em tubos contendo solução RTF e em seguida inoculadas em placas com o meio ágar Sabouraud e identificadas como C. albicans por PCR. Foram analisadas 170 cepas, sendo 125 de diabéticos e 45 cepas de não diabéticos. Essas leveduras foram cultivadas em caldo Sabouraud Dextrose, lavadas e ressuspendidas em PBS. O inóculo de 10µL contendo 108 células/mL foi depositado no meio de cultura acrescido de sangue desfibrinado de carneiro a 7% e glicose. As placas foram incubadas a 37ºC em 5% de CO2 por 48 horas e analisadas quanto ao tipo de hemólise; β – hemólise (total), α - hemólise (parcial) ou  γ – hemólise (não produz hemólise). RESULTADOS E CONCLUSÕES: Apenas 1,6% das cepas eram γ - hemolíticas. Das cepas dos pacientes diabéticos 74,4 % eram α - hemolíticas, 24 % β – hemolítica. Em pacientes não diabéticos os resultados foram 55,5% para α – hemolíticas e 45,5% para β – hemolítica. De acordo com os resultados obtidos, pode-se concluir que a maioria das cepas de C. albicans estudadas fez hemólise do tipo alfa.

 

Agência de Fomento : CAPES

 


Palavras-chave:  C. albicans, Periodontite Crônica, Hemólise