TESTES IN VITRO COM BIOPOLÍMEROS DE EXTRATOS DE PLANTAS MEDICINAIS DO MÉXICO CONTRA A FORMAÇÃO DO BIOFILME DE C. ALBICANS

Iza Teixeira Alves Peixoto (FOP/UNICAMP); Aída Rodríguez García (UANL); Janaína de Cássia Orlandi Sardi (FOP/UNICAMP); Luis Jesús Galán Wong (UANL); K Arévalo-niño (UANL); José Francisco Höfling (FOP/UNICAMP); Reginaldo Bruno Gonçalves (FOP/UNICAMP); Christopher G Pierce (UTSA); José Luis Lopez-ribot (UTSA)

O aumento da resistência de Candida albicans aos agentes antifúngicos, associado ao custo do tratamento, bem como o fato de a maioria das drogas antifúngicas disponíveis no mercado possuírem apenas atividade fungistática, justificam a necessidade de novas estratégias para tratamento de enfermidade de origem fúngica, por meio do uso de produtos naturais, aplicados a biotecnologia. O objetivo desse estudo foi encontrar novos antifúngicos eficazes contra C. albicans, testando biopolímeros contendo extratos de Thymus vulgaris, Croton lechleri e Julliana adstringens Schl. As plantas foram coletadas e extraídas com solventes para obter extratos aquosos e orgânicos, que foram adicionados aos biopolímeros em concentrações de 10% para T. vulgaris, 11% para J. adstringens Schl. e para 20% C. lechleri. Os compostos utilizados na fabricação dos biopolímeros foram Quitosan (1%) e Pululan (10%). Os polímeros de extratos vegetais foram testados in vitro, por meio do modelo de microplacas de 96 poços para os testes de suscetibilidade contra a formação do biofilme de C. albicans. Após o tratamento antifúngico, o biofilme foi quantificado, bem como a atividade metabólica das cepas de Candida. Previamente, o biofilme foi lavado duas vezes com PBS e a cada poço foi acrescentado 80 μL de solução de XTT. Essa solução permite que ocorra uma redução colorimétrica, em que as células sésseis metabolicamente ativas reduzem tetrazólio a um sal solúvel em água de cor laranja (Formazan).  Em seguida, a placa foi incubada por 2 h e foi feita a leitura no aparelho de ELISA a 490nm. Os resultados revelaram que nos biopolímeros de Pululan, o extrato de J. adstringens Schl. inibiu a formação de biofilme em 100%, enquanto T. vulgaris  possuiu apenas 2,5% de inibição e C. lechleri inibiu em 52,5%. Já os biopolímeros de Quitosan apresentaram atividade com os extratos de T. vulgaris e de C. lechleri, com 51,5% e 44% de inibição de biofilme, respectivamente. No entanto, houve pouca atividade do biopolímero do extrato de J. adstringens. Ambos biopolímeros não tiveram efeito inibitório sobre biofilme pré-formado de C. albicans. De acordo com os resultados, pode-se concluir que o biopolímero do extrato de J. adstringens exibiu forte atividade antifúngica na inibição do biofilme de C. albicans em Pululan, enquanto T. vulgaris e C. lechleri apresentaram efeito inibitório no biopolímero de Quitosan.