25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1760-1


Área: Virologia ( Divisão P )

ISOLADOS ANTIGÊNICOS NÃO USUAIS DE VIRUS SINCICIAL RESPIRATÓRIO HUMANO (HRSV) OBTIDOS DE DUAS POPULAÇÕES CLINICAMENTE DISTINTAS EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, SÃO PAULO: A CEPA PROTÓTIPO HRSV A2 CIRCULOU NOVAMENTE

Paulo Vitor Marques Simas (UNESP); Artur Trancoso Lopo de Queiroz (USP); José Antonio Cordeiro (FAMERP); João Batista Salomão (FAMERP); Dirce Maria Trevisan Zanetta (USP); Edison Luiz Durigon (USP); Viviane Fongaro Botosso (BUTANTAN); Isabel Maria Vicente Guedes de Carvalho Mello (BUTANTAN); Paula Rahal (UNESP); Fátima Pereira de Souza (UNESP)

Resumo

O virus sincicial respiratório humano (hRSV) é o principal agente causador de infecções respiratórias agudas (IRA) em crianças menores que 5 anos de idade. Estudos de variabilidade genética tem identificado 2 grupos antigênicos de hRSV (A e B). A proteína G tem sido alvo destes estudos e tem fornecido informações importantes sobre as características clínicas e epidemiológicas do vírus. Os objetivos deste estudo foram determinar o genótipo, identificar o padrão de circulação das variantes de hRSV e comparar o diagnóstico apresentado por crianças provenientes de populações clinicamente distintas. Foram colhidas amostras de aspirado nasofaringe de crianças menores que 6 anos de idade com IRA que freqüentaram uma creche municipal no período de julho de 2003 a setembro de 2005 e que foram internadas no Hospital de Base entre maio de 2004 e setembro de 2005 em São José do Rio Preto-SP. O diagnóstico viral foi realizado por RT-PCR e a genotipagem por sequenciamento da região variável (G2) do gene da proteína G. As árvores filogenéticas foram construídas a partir de alinhamentos das seqüências com outras disponíveis no GenBank para hRSV A e B. Foram identificadas 142 amostras positivas para hRSV (29% - 79/272 nas crianças hospitalizadas; e 7.7% -63/817 nas crianças da creche), das quais 61 foram genotipadas (29 da creche e 32 do hospital). Destas, 92% (56/61) pertencem a hRSV A e 8% (5/61) ao hRSV B. As análise filogenéticas hRSVA mostraram a existência de três agrupamentos, A2, GA2 e GA5, que co-circularam durante o período analisado. Nos isolados de crianças de creche, houve apenas detecção de hRSV A2. Os isolados do subgrupo B pertencem ao genótipo GB3 e foram identificados apenas nas crianças hospitalizadas. Nossos isolados foram similares aos identificados no Kenia, na Nova Zelândia, na África do Sul, nos Estados Unidos e de outros isolados brasileiros. Quando se comparou as duas populações deste estudo, crianças de creche e de hospital, sintomas clínicos mais severos como chiado, falta de ar, febre, retração e sibilância aguda foram associados aos pacientes hospitalizados (p<0.001). Com relação à detecção de cepas evolutivamente mais recentes, IRA foram mais comuns em crianças menores de 2 anos de idade (100% de IRA por GA2, GA5 e GB3). Em conclusão, as duas variantes antigênicas de hRSV foram identificadas, ocorrendo a prevalência da cepa protótipo hRSV A2, que não era detectada desde o final da década de 80 e início dos anos 90, co-circulando com hRSV GA2, GA5 e GB3. Não foi observado nenhum agrupamento específico dos sintomas nem de diagnóstico clínico com as cepas identificadas. Entretanto, as analises dos diagnósticos com a presença de hRSV mostraram prevalência de sintomas mais severos e de cepas mais recentes nas IRAs de crianças hospitalizadas menores que 2 anos de idade.

 

Suporte Financeiro: CAPES e FAPESP

 


Palavras-chave:  protótipo hRSV A2, populações clinicamente distintas, infecções respiratórias agudas, padrão de circulação de hRSV, evolução de hRSV