25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1753-1


Área: Ecologia Microbiana ( Divisão I )

ESTRUTURA DA COMUNIDADE FÚNGICA DO SOLO SOB A PROJEÇÃO DA COPA DE ESPÉCIES ARBÓREAS DA MATA ATLÂNTICA (PARQUE ESTADUAL CARLOS BOTELHO)

Elisa Matos (ESALQ-USP); Marcio Lambais (ESALQ-USP)

Resumo

Embora grande quantidade de informações sobre a diversidade vegetal na Mata Atlântica esteja disponível, pouco se sabe sobre a diversidade de microrganismos existentes no solo e na superfície dessas plantas, principalmente quando se refere à comunidade fúngica. Esse trabalho teve como objetivo determinar as estruturas das comunidades de fungos no solo sob a copa de Ocotea dispersa, O. teleiandra, Mollinedia  schottiana e Tabebuia  serratifolia em uma parcela permanente no Parque Estadual Carlos Botelho (PECB), uma Floresta Ombrófila Densa situada na região sul do Estado de São Paulo. Foram coletadas amostras de solo, na profundidade de 0-20 cm, sob a projeção da copa de 4 indivíduos dessas 4 espécies arbóreas no mês de agosto de 2008. Para estudo da estrutura da comunidade fúngica foi feita a extração do DNA metagenômico e a região ITS do rRNA foi amplificada através de nested-PCR. Após amplificação da região ITS, os amplicons foram separados por DGGE (eletroforese em gel de poliacrilamida com gradiente desnaturante). Os géis foram analisados através do programa Diversity Database e os perfis de bandas por análise discriminante. Os perfis de bandeamento após PCR-DGGE indicaram diferenças na estrutura das comunidades fúngicas das amostras de solo sob a copa das diferentes espécies de árvores analisadas. Através dessas análises, pode-se observar maior similaridade entre a estrutura da comunidade fúngica do solo sob a copa de indivíduos das espécies O. teileandra e O. dispersa do que em relação as demais espécies. Quando comparados os perfis de bandas das diferentes espécies de plantas entre si, pode-se observar uma maior similaridade entre a comunidade fúngica sob a copa de plantas da mesma ordem, como por exemplo, em M. schottiana e O. teileandra. Fato similar já foi observado em trabalhos que avaliaram a estrutura da comunidade bacteriana em solos da mesma Mata. A similaridade entre a estrutura da comunidade fúngica de solo sob a copa de plantas relacionadas sugere que os exsudados liberados pelas raízes e a própria matéria orgânica produzida por essas plantas podem influenciar na estrutura da comunidade de fungos nesses locais.


Palavras-chave:  Mata Atlântica, comunidade fúngica, DGGE