25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1752-1


Área: Microbiologia Geral ( Divisão H )

PRODUÇÃO DE BIOSSURFACTANTE POR BACILLUS PUMILUS UTILIZANDO SACAROSE COMO FONTE DE CARBONO.

Juliana Guerra de Oliveira (unesp); Aline Zago de Grandi (unesp); Leandro Jorge da Silva (unesp); Crispin Humberto Garcia Cruz (unesp)

Resumo

Os surfactantes constituem uma classe importante de compostos químicos amplamente utilizados em diversos setores industriais. São moléculas que apresentam porções hidrofóbicas e hidrofílicas. A formação de um filme molecular, ordenado nas interfaces, reduz a tensão interfacial e superficial, sendo responsável pelas propriedades únicas dos surfactantes, como detergência, emulsificação, lubrificação, capacidade espumante, solubilização, dispersão de fases e baixa toxicidade. Alguns compostos de origem microbiana exibem propriedades surfactantes e são denominados biossurfactantes, são subprodutos do metabolismo de bactérias, fungos e leveduras e são classificados de acordo com sua composição química e origem, o tipo e a quantidade dependem do substrato utilizado como fonte de carbono e energia, e das condições de cultivo. Apresentam a vantagem de poderem ser sintetizados a partir de substratos renováveis e possuírem grande diversidade química, possibilitando aplicações especificas para cada caso particular. Esse trabalho teve o objetivo de verificar a produção de biossurfactante pela bactéria Bacillus pumilus utilizando sacarose como fonte de carbono. A bactéria foi obtida da fundação tropical de pesquisa e tecnologia “André Tosello”-Campinas, SP. Para produção de biossurfactante foi utilizado o meio mínimo basal proposto por Bicca e colaboradores (1999) acrescido de concentrações de 1-5% de sacarose e  pH ajustado a 7. Foi realizada uma pré-fermentação sob agitação de 200rpm por 24 horas em 30ºC com a concentração média de 3% de sacarose, utilizando uma suspensão bacteriana obtida a partir do meio de manutenção. Em seguida foi realizada uma padronização do inóculo pela leitura da absorbância em 620nm do caldo fermentado até atingir um valor de 0,5, este valor corresponde a uma concentração celular seca previamente determinada. A fermentação ocorreu nas mesmas condições da pré-fermentação. Após 24, 48, 72 e 96h o caldo fermentado foi centrifugado a 7077xg a 4ºC por 15 minutos. O crescimento celular foi determinado pela concentração celular seca. A presença de biossurfactante foi verificada no caldo livre de células através da medição da tensão superficial e índice de emulsificação. O biossurfactante foi precipitado com etanol absoluto. Os índices de emulsificação e os valores da tensão superficial foram diretamente proporcionais a produção, em contrapartida o crescimento celular não foi proporcional a produção de biossurfactante. A maior produção de biossurfactante ocorreu para a concentração de 4% em 96h e 5% em 72h que corresponde respectivamente: 26,83g/L e 25,12g/L. A menor produção ocorreu em 4% em 48h de fermentação: 2,51g/mL. A produção de 2% e 3% demonstrou ser relevante porque baixas concentrações foram capazes de estimular uma produção de 16,40g/L e 16,32g/L em 24h. Os resultados demonstraram que a bactéria Bacillus pumilus possui potencial para produção de biossurfactante utilizando sacarose como fonte de carbono.


Palavras-chave:  Bacillus pumilus, Biossurfactante, sacarose