AVALIAÇÃO DO POTENCIAL SINÉRGICO DA COMBINAÇÃO DE VANCOMICINA E IMIPENEM CONTRA STAPHYLOCOCCUS AUREUS E STAPLYLOCOCCUS SPP. COAGULASE-NEGATIVOS RESISTENTES À OXACILINA

Lívia Viganor da Silva (UFES); Kátia Regina Netto dos Santos (UFRJ); Ana Paula Ferreira Nunes (UFES)

Introdução: Staphylococcus aureus resistentes à oxacilina (ORSA) e Staphylococcus coagulase negativo multirresistentes (SCNMR) são patógenos comuns em causas de infecções graves resultantes da hospitalização prolongada, devido à debilidade e imunossupressão causadas por  procedimentos médicos, doenças de base, terapias inadequadas e intervenções cirúrgicas. As taxas de ORSA e SCNMR atingiram cerca de 60% e 90%, respectivamente, nos EUA (2004) e no Brasil (2007). A ampla utilização da vancomicina (VC) como terapia padrão e elevadas taxas de falhas terapêuticas ocasionam o desenvolvimento de resistência pelos estafilococos e a reincidência das infecções. Com isso, uma alternativa seria a combinação de dois ou mais antibacterianos. Neste trabalho, avaliamos o potencial sinérgico da combinação VC e imipenem (IM) através dos métodos de teste-E e curva de tempo-morte em amostras de estafilococos. Materiais e Métodos: Foram analisadas 22 amostras clínicas de estafilococos (11 ORSA e 11 SCNMR) isoladas de pacientes internados num hospital de Vitória – ES. A resistência à oxacilina foi confirmada pela detecção do gene mecA por PCR. A determinação da CMI e efeito da combinação de VC + IM foram obtidos através do método de Teste-E. A atividade sinérgica, indiferente ou antagônica foi obtida a partir do cálculo do FIC index: ≤ 0,5; entre 0,5 e 2,0 e ≥ 4,0, respectivamente. A curva de tempo-morte de concentrações sub-inibitórias de VC + IM foi realizada em 4 amostras, considerando sinergismo: diminuição de ≥ 2log10 CFU/ml na combinação em relação à droga sozinha mais ativa, antagonismo: aumento ≥ 2log10 CFU/ml na combinação em relação à droga sozinha mais ativa e efeito bactericida: diminuição de ≥ 3log10 CFU/ml na combinação comparado ao inoculo inicial sem drogas, por 24h/37ºC. Discussão de Resultados: VC + IM foram sinérgicas em 100% das amostras ORSA e em 91% das amostras SCNMR pelo Teste-E. E pela curva de tempo-morte, VC + IM foram sinérgicas para todas as amostras testadas, com redução média de 5log. Conclusão: A combinação VC + IM mostrou interação sinérgica pelo Teste-E, confirmado pela curva de tempo-morte e desponta como uma combinação promissora para estudos posteriores in vivo. Apoio financeiro: FAPES – Fundação de Apoio à Ciência & Tecnologia do Espírito Santo, FACITEC - Fundo de Apoio à Ciência e Tecnologia do Município de Vitória.