25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1742-1


Área: Microbiologia de Alimentos ( Divisão K )

PERFIL DE SUSCEPTIBILIDADE ANTIMICROBIANA E GENES DE VIRULÊNCIA EM CEPAS DE SALMONELLA SPP. ISOLADAS DE ALIMENTOS ASSOCIADOS OU NÃO À TOXINFECÇÕES ALIMENTARES

Ruth Estela Gravato Rowlands (IAL); Christiane Asturiano Ristori (IAL); Alice Akimi Ikuno (IB); Maria Luisa Barbosa (IAL); Miyoko Jakabi (IAL); Bernadette D.g. Mello Franco (FCF/USP)

Resumo

Mundialmente Salmonella é o agente etiológico mais comumente envolvido em casos e surtos de doenças diarréicas de origem alimentar. A preocupação com este patógeno é, ainda, maior quando se verifica o surgimento e disseminação de cepas multi-resistentes e potencialmente mais patogênicas. O objetivo do presente estudo foi caracterizar 237 cepas de Salmonella spp. pertencentes a 50 sorovares diferentes, isoladas de alimentos associados ou não à toxinfecções alimentares, quanto ao perfil de susceptibilidade antimicrobiana e presença dos genes de virulência spvC, invA, sefA e pefA. O antibiograma foi realizado pelo método de difusão em placa de acordo com as normas do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI). A pesquisa dos genes de virulência invA, spvC e sefA e, do gene pefA foi realizada por PCR multiplex e simplex, respectivamente. O gene invA foi detectado em todas as cepas de Salmonella, os genes spvC em 48,1% e pefA em 44,3% das cepas. O gene sefA foi detectado somente entre as cepas de S. Enteritidis (31,6%). Ainda com relação à presença dos genes de virulência, as cepas de S. Enteritidis foram classificadas em três perfis, com predominância (90,7%) do perfil constituído pelos quatro genes de virulência. Quanto ao perfil de susceptibilidade antimicrobiana, 46,8% do total de cepas avaliadas foram sensíveis a todos os agentes antimicrobianos, 51,9% resistentes à pelo menos uma droga e 1,3% das cepas apresentaram resistência intermediária. Multi-resistência foi observada em 10,5% das cepas. As maiores taxas de resistência foram observadas para estreptomicina (35,9%), ácido nalídixico (16,9%), tetraciclina (5,9%) e gentamicina (4,6%). Não foram detectadas cepas resistentes à cefoxitina, cefalotina, cefotaxima, amicacina, ciprofloxaxina e imipenem. Os resultados do presente estudo mostraram a ampla distribuição dos genes de virulência e ocorrência de resistência antimicrobiana tanto nas cepas associadas a surtos como naquelas não envolvidas em toxinfecções alimentares.


Palavras-chave:  Genes de virulência, Resistência antimicrobiana, Salmonella, Toxinfecções alimentares