25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1741-1


Área: Microbiologia Veterinária ( Divisão G )

INCIDENCIA DE O157:H7 E OUTROS SOROTIPOS DE ESCHERICHIA COLI PRODUTORA DE TOXINA SHIGA NO COURO E CARCAÇA DE BOVINOS EM UMA LINHA DE ABATE

Kathelin Melo E Silva Lascowski (UNIFESP); Verônica Simões Fogo (USP); Eb Chiarini (USP); Marisa Landgraf (USP); Kinue Irino (IAL); Bernadette Dora Gombossy de Melo Franco (USP); Beatriz Ernestina Cabilio Guth (UNIFESP)

Resumo

O gado bovino é considerado o principal reservatório de Escherichia coli produtora de toxina Shiga (STEC). Durante o processamento da carne, a contaminação da carcaça por fezes ou por bactérias presentes no couro do animal, facilita a transmissão de STEC aos alimentos. O objetivo desse trabalho foi determinar a ocorrência, o perfil de virulência e resistência a antimicrobianos de cepas de STEC O157 e não-O157 isoladas de couro e carcaça de bovinos durante o abate.  As amostras de couro (n=285) e respectivas carcaças foram coletadas em um abatedouro localizado na região noroeste do estado de São Paulo, de janeiro de 2008 a junho de 2009. Após enriquecimento, uma multiplex PCR foi utilizada como screening inicial para detecção de stx1, stx2 e eae. Todas as amostras foram submetidas à separação imunomagnética (IMS) para O157, e apenas as amostras stx positivas foram submetidas à IMS para os sorogrupos O26, O103, O111 e O145. A confirmação de stx e do sorogrupo específico foi realizada por PCR nas colônias presuntivas. Os isolados foram confirmados como E. coli, submetidos a PCR para detecção de eae e ehxA, e aqueles não pertencentes aos cinco sorogrupos descritos foram sorotipados. O uso da multiplex PCR no caldo de enriquecimento detectou stx em 52% (149/285) dos animais, 49% (140/285) somente no couro e 3% (9/285) no couro e respectivas carcaças. Em 57 (38%) dos 149 animais positivos no screening inicial foi possível recuperar 98 cepas de STEC. De 62% (35/57) dos animais foram isoladas STEC O157:H7, enquanto nos demais foram recuperadas STEC não-O157. O genótipo stx2 foi o mais freqüente, seguido por stx1stx2 e apenas stx1. Todas as cepas O157 foram positivas para eae e ehxA. Entre as cepas não-O157, pertencentes a diversos sorotipos, 86% carreavam ehxA e nenhuma albergava eae. A maioria das cepas STEC analisadas (97%) foi sensível aos antimicrobianos testados. Os resultados obtidos mostram que há uma alta incidência de STEC O157 principalmente no couro dos bovinos analisados. Por outro lado, a baixa freqüência de STEC nas carcaças demonstra que o Procedimento Padrão de Higiene Operacional está sendo realizado de forma adequada. Contudo, a alta ocorrência de STEC O157:H7 identificada no gado deve servir de alerta para que condutas de higiene no manejo e abate dos animais sejam apropriadas a fim de se evitar danos maiores à saúde pública.

Intituições de Fomento: Pro Safe Beef, FAPESP, CNPq e CAPES

 


Palavras-chave:  O157:H7, STEC, BOVINOS, COURO, CARCAÇA