25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1737-1


Área: Microbiologia Geral ( Divisão H )

PAPEL REGULATÓRIO DA GLUCURONOXILOMANANA DE CRYPTOCOCCUS NEOFORMANS NA REGULAÇÃO DA ENZIMA FOSFOFRUCTOCINASE - 1

Juliana Grechi (FF- UFRJ); Marcio Lourenço Rodrigues (IMPPG); Leonardo Nimrichter (IMPPG); Mauro Sola-penna (FF- UFRJ)

Resumo

O Cryptococcus neoformans é o agente etiológico da criptococose, um patógeno fúngico encapsulado oportunista que vem assumindo um papel de destaque por acometer, principalmente, pacientes imunocomprometidos. A infecção por esse fungo se dá após a inalação de basidiosporos ou leveduras dessecadas e pouco encapsuladas encontradas principalmente nas excretas de pombos e em árvores. Esse fungo é capaz de ultrapassar as barreiras de defesa no tecido pulmonar, atingir a circulação, atravessar as barreiras endoteliais e chegar ao cérebro, causando um quadro letal de meningite criptocóccica. A cápsula polissacarídica, principal fator de virulência desse fungo, tem como componentes a glucuronoxilomanana (GXM) (~90%) e a galactoxilomanana (GalXM)  (~7%). Alguns receptores para GXM já foram descritos em macrófagos e incluem CD14 e TLR2, os mesmos descritos para lipopolissacarídeos (LPS). Considerando que o LPS interfere na via glicolítica e compartilha os mesmos receptores com a GXM, resolvemos estudar a possibilidade desse polissacarídeo interferir na atividade da Fosfofrutocinase -1 (PFK-1), a principal enzima da via glicolítica. Essa enzima utiliza a frutose-6-fosfato como substrato gerando frutose-1,6-bifosfato. Em nossos experimentos, macrófagos murinos foram incubados em diferentes concentrações de GXM (1, 10 e 100 µg/ml) por 24 h e a atividade da PFK-1 foi avaliada indiretamente. Ensaios preliminares sugerem que o tratamento dos macrófagos murinos RAW 264.7 com GXM promove uma inibição na atividade enzimática da PFK-1 em paralelo com a diminuição na viabilidade celular em todos os experimentos. Esses resultados sugerem que a indução da morte celular pela GXM envolve a inibição do metabolismo glicolítico dos macrófagos. Em nossas etapas futuras, avaliaremos o curso temporal da ação do GXM sobre a viabilidade e a atividade da PFK-1 com a finalidade de esclarecer o mecanismo de morte celular.

 

 

 

Suporte Financeiro: CNPq, CAPES e FAPERJ

 


Palavras-chave:  Cryptococcus neoformans, GXM, Via glicolítica, PFK-1