CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL DE MANIPULADORES DE ALIMENTOS - ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE ARARAQUARA, SP.

Gabriela Gianini Guilherme (UNESP); Maria da Penha Longo Mortatti Catanozi (UNESP)

Evidências epidemiológicas sugerem que significativa parte das doenças transmitidas por alimentos esteja relacionada com falhas durante o preparo dos alimentos, através de práticas incorretas de higiene e manipulação. Neste contexto, os manipuladores de alimentos constituem permanente preocupação para as empresas e programas de treinamento em higiene e segurança alimentar representam importante contribuição, como preconizado pela ANVISA através da resolução 216. Este estudo teve como objetivo avaliar o perfil sócio-econômico e os conhecimentos dos manipuladores de alimentos participantes de um Curso de Capacitação em "Boas Práticas na Manipulação de Alimentos", no município de Araraquara, SP. Foram avaliados 134 participantes, através da aplicação de dois questionários contendo 13 questões de múltipla escolha, que abordaram aspectos relacionados à: higiene pessoal e ambiental, controle de temperatura, contaminação dos alimentos e doenças transmitidas por alimentos. Os questionários foram aplicados no início e ao final do curso com a finalidade, respectivamente, de avaliação diagnóstica e dos conhecimentos adquiridos. Um questionário suplementar com 14 questões foi utilizado para obter informações sócio-econômicas. As características da população em estudo demonstraram que os participantes do sexo feminino eram majoritários (58%); em relação à faixa etária 21% tinham entre 16-20 anos, 40% entre 21-30 anos, 19% entre 31-40 anos e 20% com mais de 40 anos; a maioria apresentou renda mensal de até 2 salários mínimos (79%) e somente 21% mais de 2 salários mínimos; 11% possuíam o 1º grau, 59% o 2º grau e 5% nível superior. De toda a amostragem, apenas 12% já havia realizado algum curso relacionado à área. Quanto aos conhecimentos prévios obtidos através da avaliação diagnóstica, a proporção de respostas corretas foi de 82% em relação a doenças transmitidas por alimentos, 49% em higiene ambiental, 75% em higiene pessoal, 42% em controle de temperatura e 59% em contaminação dos alimentos. Após o treinamento constatou-se maior proporção de respostas corretas em todos os temas: 93% em doenças transmitidas por alimentos, 84% em higiene ambiental, 89% em higiene pessoal, 83% em controle de temperatura e 70% em contaminação de alimentos. Constata-se a importância da capacitação, a fim de formar profissionais aptos ao exercício da profissão, contribuindo para reduzir os riscos de transmissão de doenças pelos alimentos.