OCORRÊNCIA DE CIANOBACTÉRIAS E MICROCISTINAS EM TRÊS RESERVATÓRIOS UTILIZADOS PARA ABASTECIMENTO HUMANO NO SEMI-ÁRIDO DO RIO GRANDE DO NORTE
Ana Paula Cardoso Silva (UFRN); Eneida Maria Eskinazi Sant'ana (UFRN); Ivaneide Soares Vieira (UFRN)
Resumo
A crescente eutrofização artificial dos ecossistemas aquáticos contribui
para a proliferação de cianobactérias produtoras de toxinas, promovendo a perda
da qualidade da água e sua inviabilidade para consumo humano. Visando estudar a
ocorrência de cianobactérias e a potencial presença de toxinas em reservatórios
utilizados para abastecimento público no semi-árido do Rio Grande do Norte,
foram realizadas coletas trimestrais entre fevereiro de 2008 e maio de 2009 em
três reservatórios da bacia Piranhas Açu: Gargalheiras, Passagem das Traíras e
Itans. As amostras para análise quantitativa foram coletadas com o auxílio da
garrafa de Van Dorn e preservadas com lugol acético a 1%. A contagem dos
organismos foi feita de acordo com o método de Utermöhl em microscópio
invertido, utilizando o aumento de 400 vezes e considerando cada célula,
colônia ou filamento como indivíduos. A presença de microcistina também foi detectada
pelo método de Elisa. O fitoplâncton apresentou dominância de cianobactérias,
que correspondeu à cerca 90% do fitoplâncton total e apresentou alta densidade
de várias espécies toxigênicas (Cylindrospermopsis
raciborskii, Microcystis aeruginosa, Planktothrix Aghardii e Anabaena
circinalis). A densidade média de cianobactérias variou entre 50.807 e
306.922 células por mL e também foi detectada a presença de microcistina nas
amostras, ocorrendo variação entre 1 e 4 µg.L-1. Ambas medições
apresentaram valores que excedem o limite máximo permitido pela portaria 518 do
Ministério da Saúde, quando se trata da água para consumo humano, sendo
portanto, necessária a adoção de medidas que venham a evitar riscos à saúde
humana.