25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1696-1


Área: Ecologia Microbiana ( Divisão I )

AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DA MODIFICAÇÃO GENÉTICA DO FEIJOEIRO PARA RESISTÊNCIA AO VÍRUS DO MOSAICO DOURADO (BGMV) SOBRE SUA CAPACIDADE DE SE ASSOCIAR COM FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES

Orivaldo José Saggin Júnior (CNPAB); Dyego Legentil Teixeira (UFRRJ); Eliane Maria Ribeiro da Silva (CNPAB)

Resumo

Plantas geneticamente modificadas representam avanços em economia e produtividade, porém existe a preocupação sobre seu impacto ambiental, havendo a possibilidade de produzir plantas com efeitos não esperados nas relações ecológicas. A maioria das plantas, e o feijoeiro não é exceção, formam micorrizas arbusculares que facilitam a absorção de água e nutrientes e provêem proteção e tolerância a patógenos radiculares. A formação das micorrizas envolve ativação, indução e desativação de várias proteínas de defesa da planta, sendo que uma modificação nos genes que controlam esta formação pode eliminar ou diminuir esta associação simbiótica. O objetivo deste trabalho foi investigar possíveis efeitos do feijoeiro "Olathe Pinto" geneticamente modificado para resistência ao vírus do mosaico dourado (evento M 5.1) sobre a esporulação e colonização radicular por fungos micorrízicos arbusculares. O experimento foi montado em casa de vegetação de biossegurança em vasos de cinco litros contendo solo proveniente do município de Goiânia-GO. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso contendo oito repetições sendo que os tratamentos foram o feijão Olathe 5.1 (evento elite) e o Olathe Pinto (variedade convencional). A coleta das plantas ocorreu aos 48 dias após o plantio sendo avaliados a densidade de esporos de FMAs na rizosfera e a colonização radicular em amostras de raízes. Os resultados foram submetidos a análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Não foram observadas diferenças significativas entre a variedade convencional "Olathe Pinto" e a modificada geneticamente "Olathe evento M 5.1" quanto à taxa de colonização micorrízica nas raízes e a densidade de esporos na rizosfera. Ambas as variedades apresentaram alta taxa de colonização radicular por fungos micorrízicos, acima de 80%, e promoveram boa esporulação destes fungos na rizosfera, produzindo acima de 1400 esporos por 50 mL de solo. Portanto, observou-se que a modificação genética do feijoeiro Olathe evento M 5.1 não modificou sua capacidade de ser colonizado por fungos micorrízicos arbusculares nem interferiu na capacidade destes fungos esporularem na rizosfera nas condições de estudo.


Palavras-chave:  OGM, micorrizas, Phaseolus vulgaris, simbiose, biossegurança