25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1682-2


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DA HANTAVIROSE NO ESTADO DE SANTA CATARINA, NO PERÍODO DE 1999 A DEZEMBRO DE 2008.

Helena Cristina Ferreira Franz (UFSC); Wellington Nunes Damaceno Junior (UFSC); Samuel Paulo Müller (UFSC); Flávia Martinello (UFSC)

Resumo

Introdução: A hantavirose é uma doença emergente que se manifesta sob diferentes formas, desde doença febril aguda, cuja suspeita diagnóstica é baseada fundamentalmente em informações epidemiológicas, até quadros pulmonares e cardiovasculares mais característicos ou, eventualmente, como uma febre hemorrágica com comprometimento renal. A síndrome cardiopulmonar por hantavírus (SCPH) foi detectada pela primeira vez no sudoeste americano, na primavera de 1993. Na América do Sul, os primeiros casos foram diagnosticados no estado de São Paulo, em novembro de 1993, em Santa Catarina o primeiro caso foi registrado em novembro de 1999.

O objetivo do presente estudo foi traçar um panorama da infecção por hantavírus no Estado de Santa Catarina, no período entre 1999 e 2008, considerando aspectos epidemiológicos como: número notificado de casos de hantavirose, sexo, faixa etária, o número de óbitos ocorridos, ambiente de provável contaminação e a variação sazonal ocorrida neste período.

Materiais e Métodos: Os dados utilizados neste estudo foram obtidos a partir de levantamento bibliográfico e consultas à Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado de Santa Catarina (Dive-SC). Foram levantados dados sobre hantavirose nas diferentes macrorregiões do Estado.

Discussão dos Resultados: No período analisado, foram registrados 197 casos de hantavirose, em oitenta e três municípios do Estado, sendo que 50 pacientes evoluíram ao óbito, com uma taxa de letalidade de 25,4%. A taxa de letalidade registrada em Santa Catarina ficou abaixo da obtida em escala nacional que foi de aproximadamente 40% entre os anos de 1999 e 2008. A infecção ocorreu predominantemente em indivíduos do sexo masculino (82%). A maioria (43,1%) dos casos ocorreu entre adultos de trinta e um a quarenta e cinco anos de idade e 91% destes pacientes foram infectados em área rural. A maior incidência de hantavirose foi verificada na macrorregião Oeste do Estado e a região Sul com a menor incidência com apenas um caso notificado. A incidência de hantavirose em Santa Catarina apresenta um comportamento aparentemente sazonal, com o maior número de casos entre os meses de setembro a dezembro. No período de 2004 a 2006 houve um significativo aumento do número de casos de hantavirose no Estado, devido à ocorrência do fenômeno conhecido como “Ratada”.


Palavras-chave:  HANTAVIROSE, EPIDEMIOLOGIA, SANTA CATARINA