25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1672-3


Área: Microbiologia Geral e Meio Ambiente ( Divisão L )

AVALIAÇÃO DO EFEITO DO ARSÊNIO SOBRE CHROMOBACTERIUM VIOLACEUM POR ELETROFORESE DE FLUORESCÊNCIA DIFERENCIAL EM GEL BIDIMENSIONAL (2D-DIGE)

Alessandra Ciprandi (UFPA); Rafael Azevedo Baraúna (UFPA); Rubens Ghilardi (Eletronorte); Maria Paula Schneider (UFPA); Evonnildo Costa Gonçalves (UFPA); Artur Silva (UFPA)

Resumo

A Chromobacterium violaceum é uma beta-proteobactéria amplamente distribuída em regiões tropicais e subtropicais que possui um operon arsRBC de resistência ao arsênio. A poluição ambiental por esse metalóide é um problema de saúde pública em várias partes do mundo. A exposição, aguda ou crônica, ao arsênio está associada a efeitos maléficos sobre a saúde humana, desde lesões de pele até desordens neurológicas e câncer. Os mecanismos de resistência ao arsênio são amplamente encontrados em microorganismos e as proteínas expressas pelo operon ars são bem estudadas, mas pouco se sabe sobre a resposta celular total que determina a resistência ao metalóide. O objetivo desse trabalho foi investigar as alterações na expressão protéica na presença do arsênio. Para isso, foi utilizada a técnica de eletroforese de fluorescência diferencial em gel bidimensional (2D-DIGE). As proteínas extraídas das bactérias tratadas e não-tratadas com arsênio foram marcadas com diferentes fluoróforos (Cy3, Cy5 e Cy2) e separadas no mesmo gel por eletroforese bidimensional, na qual foram utilizadas tiras de gel com pH imobilizado 4 a 7 de 18 cm. As proteínas foram detectadas e quantificadas e a expressão diferencial foi analisada pelo teste ANOVA usando o programa Image Master Platinum 7.0. Os resultados mostraram uma média de 4500 proteínas detectadas. A análise mostrou 88 proteínas cuja abundância foi modificada após o tratamento com arsênio, sendo 32 aumentadas. Esses resultados indicam que a resposta da bactéria ao metalóide envolve várias outras proteínas além daquelas expressas pelo operon ars e que podem estar relacionadas com diferentes processos celulares. A identificação dessas proteínas por espectrometria de massas aumentará nosso entendimento sobre os mecanismos de resistência a metais e como estes podem ser utilizados em processos de biorremediação.
Apoio Financeiro: Eletronorte, CAPES, CNPq, FAPESPA


Palavras-chave:  2D-DIGE, arsênio, biorremediação, Chromobacterium violaceum, proteoma