25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1663-2


Área: Imunologia ( Divisão E )

ARTINM ATIVA E INDUZ AUMENTO DA EXPRESSÃO DE RNAM PARA TLR2

Vânia Sammartino Mariano (FMRP-USP); Luciana Pereira Ruas (FMRP-USP); Nicholas J Gay (Cantab); Maria Cristina Roque Barreira (FMRP-USP)

Resumo

Introdução. A lectina ArtinM, extraída de sementes de Artocarpus integrifolia é ligante de D-manose e considerada como estimulante de resposta imune do tipo Th1 por ser capaz de conferir resistência a alguns patógenos intracelulares como Leishmania e Paracoccidioides brasiliensis. Nosso grupo demonstrou no modelo experimental de paracoccidioidomicose, que o mecanismo de atuação de ArtinM é dependente da produção de IL-12 via TLR2/MyD88. O domínio extracelular (ectodomínio) de TLR2 contém 4 sítios de glicosilação, que influenciam na expressão da molécula na superfície celular e no reconhecimento do ligante. Dessa forma, nós sugerimos que as glicanas ligadas ao ectodomínio de TLR2 sejam alvos para reconhecimento e ativação celular por ArtinM. Objetivos. 1) caracterizar a habilidade de ArtinM interagir e ativar TLR2 e, 2) analisar, nas células aderentes do baço, se a expressão de TLR2 pode ser modulada por ArtinM. Métodos. A ativação de TLR2 foi analisada através de ensaio de luciferase, em que células HEK 293 foram transfectadas com plasmídeo contendo o ectodomínio de TLR2 ou vetor vazio e estimuladas com ligantes específicos de TLR ou diferentes concentrações de ArtinM (1, 10, 50µg/mL). As células foram lisadas e a atividade luciferase foi determinada usando o kit Dual Luciferase Assay. A expressão do RNAm para TLR2 foi quantificada por PCR em tempo real em células aderentes obtidas do baço e incubadas com diferentes concentrações de ArtinM (2.5, 5, 10µg/mL), zymosan (10µg/mL) ou antígenos solúveis de P. brasiliensis (20µg/mL). Resultados. Nossos resultados mostram que as células transfectadas com TLR2 e estimuladas com ArtinM apresentaram uma resposta de ativação de NF-kB que foi dependente da dose do estímulo. Nas concentrações de 10 e 50µg/mL, ArtinM induziu 3 e 5 vezes, respectivamente, mais ativação de NF-kB que as células cultivadas sem estímulo. Além disso, analisamos em células aderentes do baço, que as concentrações de 5 e 10µg/mL de ArtinM é capaz de aumentar a expressão do RNAm para TLR2 em 1 e 1.5 vezes, respectivamente, que células cultivadas sem estímulo. Conclusão. Nós sugerimos que os dados de interação de ArtinM com TLR2 e da indução de mensagem para o receptor possam modular a resposta imune inata contra os patógenos intracelulares. Apoio financeiro: FAPESP and CNPq.


Palavras-chave:  ArtinM, lectina, TLR2