25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1659-1


Área: Microbiologia Geral ( Divisão H )

ESTUDO DE METHYLOBACTERIUM ENDOFÍTICA DE CITROS POR MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA (MEV) VISANDO FUTURO CONTROLE SIMBIÓTICO DE XYLELLA FASTIDIOSA

Andréa Cristina Bogas (ESALQ/USP); Priscilla de Barros Rossetto (ESALQ/USP); Welington Luiz de Araújo (UMC)

Resumo

 Methylobacterium é um importante endófito de citros por, entre outras razões, ocupar o mesmo nicho que Xylella fastidiosa, agente causal da Clorose Variegada dos Citros (CVC). Dessa forma, há a perspectiva deste endófito ser utilizado como um agente de controle simbiótico por meio da reintrodução de linhagens geneticamente modificadas em plantas cítricas. Dentro deste contexto, o objetivo deste estudo foi monitorar, por MEV, a colonização e localização de M. extorquens, na presença e ausência de X. fastidiosa. Foi montado um experimento in vitro com Catharanthus roseus, planta modelo para o estudo de X. fastidiosa, no qual foram utilizadas uma linhagem endofítica de citros M. extorquens AR 1.6/2, selvagem e transformada com o gene que codifica para uma endoglicanase (EglA), e uma linhagem de X. fastidiosa 5683 . As análises foram realizadas com plântulas de 45 dias. A cultura de X. fastidiosa (106 UFC mL-1)  foi inoculada no caule das plântulas e, após 7 dias foi feito o inóculo das linhagens endofíticas (106 UFC mL-1) para o estudo de interação. Por meio de MEV, foi possível observar que houve o estabelecimento de M. extorquens selvagem e transformada na raiz, caule e folhas das plântulas analisadas com a visualização de uma matriz que caracteriza um biofilme. Observando essas matrizes, foi constatado que o estabelecimento das linhagens selvagem e transformada é o mesmo em raízes, mas menor em caule e folhas para a linhagem transformada em relação a linhagem selvagem. No entanto, é importante ressaltar que a manipulação genética de AR1.6/2 não modificou seu padrão de colonização. Nas plantas inoculadas com AR1.6/2 selvagem e/ou transformada e X. fastidiosa, o padrão de colonização observado anteriormente para M. extorquens não foi alterado e, embora X. fastidiosa tenha sido observada quando introduzida sozinha na planta, nesses tratamentos o fitopatógeno não pode ser observado. Dessa forma, as linhagens de M. extorquens podem estar inibindo a colonização de X. fastidiosa evidenciando que a utilização de M. extorquens AR1.6/2 visando o controle simbiótico do fitopatógeno para minimizar os efeitos da CVC é um campo promissor.


Palavras-chave:  Controle simbiótico, Methylobacterium, Xylella fastidiosa