25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1658-1


Área: Patogenicidade Microbiana ( Divisão D )

PESQUISA DE ADESINAS FIMBRIAIS EM ISOLADOS DE ESCHERICHIA COLI ENTEROPATOGÊNICA ATÍPICA

Natália Freitas (IBu); Julia Nara (IBu); Waldir Elias (IBu); Roxane Piazza (IBu)

Resumo

Introdução: Escherichia coli diarreiogênica é classificada em seis categorias: E. coli enteropatogênica, E. coli enterotoxigênica, E. coli enteroagregativa, E. coli produtora da toxina de Shiga, E. coli enteroinvasora, e E. coli aderentemente difusa. EPEC tem sido identificada como o principal agente de diarréia aguda em países em desenvolvimento, e as cepas desse patotipo são capazes de causar um efeito histopatológico característico conhecido como lesão A/E, que é codificada por genes localizados em uma ilha de patogenicidade, denominada região LEE. EPEC é subdividida em típica e atípica, onde o plasmídio EAF está presente somente no primeiro grupo. Vários fatores de virulência podem ser implicados na patogênese de E. coli, dentre os quais se destacam as adesinas fimbriais, que podem estar envolvidas na adesão da bactéria ao enterócito. Objetivo: Neste estudo investigou-se em 72 isolados de EPEC atípica, a presença de 15 genes fimbriais descritos em outras categorias de E. coli patogênicas. Método: Através da técnica de reação da polimerase em cadeia (PCR) foram investigados os genes: fimA, fimH, papA, aggA, aafA, agg3A, pilS, lpfaO113, sfpA, lngA, e os genes que codificam os antígenos CFA/I, CS1, CS3, CS4 e CS6. Resultados: Os genes fimA e fimH foram encontrados em 94,4% e 97,2% dos isolados, respectivamente. O gene pilS foi detectado em 15,2% dos isolados. Para o gene lpfAO113, 12,5% dos isolados foram positivos. O gene papA foi detectado em 2,7% dos isolados e o gene sfpA foi detectado em 1,3% dos isolados. Nenhum isolado apresentou amplificação para os genes aggA, aafA, agg3A, lngA, e os genes que codificam os antígenos CFA/I, CS1, CS3, CS4 e CS6. Discussão: A elevada prevalência dos genes fimA e fimH eram esperados, uma vez que codificam a fímbria Tipo I, uma estrutura comum em E. coli. A presença do gene lpfAO113, originalmente descrito em isolados de STEC pertencentes ao sorogrupo O113, em cepas de EPEC atípica corrobora a provável relação filogenética entre patotipos de E. coli. O gene pilS foi descrito em uma determinada cepa de EAEC, que codifica um tipo funcional da fímbria Tipo IV relacionada à expressão do fenótipo AA, e, a ocorrência desse gene em outros patotipos de E. coli ainda não estão bem esclarecidas. A presença de genes fimbriais em algumas cepas de EPEC atípica demonstra a transferência horizontal de genes entre patotipos de E. coli.


Palavras-chave:  EPEC atípica, adesinas, fímbrias, PCR