PERFIL DE SUSCEPTIBILIDADE À FOSFOMICINA DE ENTEROBACTÉRIAS PRODUTORAS DE BETA-LACTAMASE DE ESPECTRO ESTENDIDO (ESBL) ISOLADAS DE URINA DE PACIENTES INTERNADOS EM UMHOSPITAL UNIVERSITÁRIO.

Adriana Lucia Pires Ferreira (HUCFF - UFRJ); Elizabeth Mendes Alves (HUCFF - UFRJ); Maria Tereza Santos da Silva David (HUCFF - UFRJ); Leomar Afonso da Silva Caldas (HUCFF - UFRJ); Maria Silvana Alves (UFJF)

O tratamento de infecções do trato urinário torna-se cada vez mais difícil devido ao desenvolvimento de vários mecanismos de resistência microbiana, principalmente em bactérias Gram-negativas. Entre eles, a produção de beta-lactamase de espectro estendido (ESBL) limita as opções terapêuticas. Em uma era em que existe uma escassez de novos antibióticos, a fosfomicina pode ser considerada um agente alternativo de tratamento de infecções causadas por bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, além de seu uso tradicional no tratamento de infecções não-complicadas do trato urinário. O objetivo desse estudo foi avaliar o perfil de susceptibilidade a este antimicrobiano de enterobactérias produtoras de ESBL isoladas de pacientes internados em um hospital universitário do Rio de Janeiro – RJ. Foram avaliadas 152 amostras de enterobactérias produtoras de ESBL isoladas de urina de pacientes internados no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no período de agosto de 2007 a dezembro de 2008. A identificação das amostras e o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos foram estabelecidos por método automatizado através do sistema Vitek® (cartão GNI+ e GNS-654). O teste de susceptibilidade à fosfomicina foi realizado pelo método de disco-difusão em ágar segundo critérios estabelecidos pelo Clinical Laboratory Standards Institute (CLSI). Foram identificadas as seguintes amostras bacterianas: 59 Klebsiella pneumoniae, 48 Escherichia coli, 21 Enterobacter cloacae, 14 Proteus mirabilis, 03 Morganella morganii, 03 Providencia stuartii, 01 Enterobacter aerogenes, 01 Proteus vulgaris, 01 Providencia rettgerie, e 01 Serratia marcescens. Foi observado um percentual de 67% de sensibilidade à fosfomicina com predominio de: 30% (45/48) de E. coli, 7% (11/14) de P. mirabilis, 8% (12/21) de E. cloacae, e 20% (30/59) de K. pneumoniae. Entretanto, 33% das amostras investigadas apresentaram padrão de resistência ao antimicrobiano testado. Portanto, a fosfomicina representa uma importante opção terapêutica no tratamento de infecções do trato urinário. Entretanto, o estabelecimento prévio do perfil de susceptibilidade a este antimicrobiano em amostras bacterianas produtoras de ESBL se faz necessário.