25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1640-2


Área: Microbiologia Geral e Meio Ambiente ( Divisão L )

TOXICIDADE MICROBIOLÓGICA DE SOLUÇÕES FENÓLICAS SUBMETIDAS A TRATAMENTOS FOTOLÍTICOS

Ederio Dino Bidoia (UNESP); Paulo Renato Matos Lopes (UNESP)

Resumo

A intensificação da atividade industrial, desde a segunda metade do século XIX passando pelo século XX até os dias atuais, tem provocado severos danos a atmosfera, águas e solos. Efluentes industriais, como os provenientes das refinarias de petróleo, frequentemente contêm compostos fenólicos que são tóxicos ao ambiente aquático. Estes compostos orgânicos se referem a derivados aromáticos que contêm um ou mais grupos hidroxilas e a capacidade de certos microrganismos em degradar compostos fenólicos é limitada. Neste contexto, surgem os processos oxidativos avançados e, dentro destes, encontra-se o tratamento fotolítico, ou seja, destruição de compostos orgânicos por exposição direta à radiação ultravioleta. O presente trabalho teve como objetivo o tratamento de soluções fenólicas (100 mg L-1) por diferentes tipos de radiação ultravioleta (UVA e UVC) durante 10 horas e, posteriormente, avaliar o potencial tóxico das soluções em tempo inicial e nos tempos finais de cada tratamento. Nos testes de toxicidade, organismo-teste utilizado foi Saccharomyces cerevisiae e os resultados foram obtidos pela contagem das células vivas e mortas coradas por solução de eritrosina em câmara de Neubauer após uma semana de exposição às amostras. Os resultados demonstraram que, após 10 horas de tratamento transcorrido, os ensaios fotolíticos com radiação ultravioleta foram capazes de degradar a molécula de fenol. A concentração fenólica inicial de 100 mg L-1 diminui 2,5% e 37% para os tratamentos com UVA e UVC, respectivamente. Nos testes toxicológicos foi observado que, mesmo após uma semana de exposição às soluções fenólicas, as células da levedura não eram coradas pela eritrosina, ou seja, todas eram vistas com aparência translúcida ao microscópio, indicando que permaneciam vivas. Desta maneira, é possível concluir que a radiação UVC é mais eficiente que a radiação UVA na fotólise de fenol em solução e que o teste de toxicidade empregado não foi capaz de avaliar a toxicidade do fenol para S. cerevisiae, pois para todas as amostras fenólicas submetidas ou não aos tratamentos fotolíticos não houve morte das células de leveduras.

 

Apoio: CAPES, PRH05-ANP/FINEP/MCT-CTPETRO e FUNDUNESP.


Palavras-chave:  fenol, radiação UV, Saccharomyces cerevisiae, toxicidade, tratamento fotolítico