25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1640-1


Área: Microbiologia Geral e Meio Ambiente ( Divisão L )

TOXICIDADE MICROBIOLÓGICA DE EFLUENTE TÊXTIL SIMULADO TRATADO POR PROCESSO FOTOELETROLÍTICO

Ederio Dino Bidoia (UNESP); Mariana Lopes de Sousa (UNESP); Peterson Bueno de Moraes (UNICAMP)

Resumo

A degradação dos recursos hídricos é um dos maiores problemas da sociedade moderna. A indústria têxtil é responsável por um grande volume de efluentes, gerados principalmente durante operações de limpeza e tingimento, e que se não corretamente descartados contaminam os mananciais aquáticos e interferem nos ecossistemas presentes prejudicando a fotossíntese. Além disso, alguns corantes são carcinogênicos e/ou mutagênicos ou contem metais pesados. Existem hoje mais de 8 mil corantes orgânicos sintéticos associados à indústria têxtil. O presente trabalho visa à degradação do corante Remazol Vermelho Brilhante BB (C.I. Reactive Red 21), usado na indústria têxtil, pelo processo eletrolítico associado ao processo fotoquímico e realizar análises de DQO, absorbância, pH, condutividade e toxicidade microbiológica, para estudar a degradação do corante. O sistema de tratamento fotoeletroquímico utilizado continha um reator eletrolítico ligado em fluxo com uma câmara tubular de aço-inoxidável contendo uma lâmpada ultravioleta UVC, por onde o efluente circulava. Os experimentos duraram 30 min, a lâmpada UV era ligada apenas por 3 min, no inicio do processo. As amostras foram retiradas em: 0 min (controle), 3 min, 5 min, 15 min e 30 min. Resultados mostram que quanto maior a corrente utilizada no tratamento, maior o pH final, de 3,62 no inicio para até 7,0, nos experimentos de maior corrente (7 A). Quanto a remoção de cor, o resultado foi o mesmo independente da corrente utilizada (de 3 A a 7 A), com remoção total da cor a partir de 15 min, e após 15 dias de repouso a solução se mostra incolor também nas amostras de 5 min. Houve redução de 72% de DQO ao final do tratamento, porém, os testes toxicológicos, utilizando-se Sacharomycces cerevisiae como organismo teste indicaram que quanto maior a corrente utilizada, mais tóxico se torna o efluente, e que a partir de 15 min de tratamento, todas as células expostas são mortas. O ponto considerado ótimo para o tratamento se encontra aos 5 min com corrente de 3 A e repouso de 15 dias, possuindo toxicidade baixa, 4% de células mortas, sendo que no controle (sem tratamento) encontra-se em média 7% de células mortas, e remoção total da cor.

 

Apoio: PIBIC/CNPq e FUNDUNESP.


Palavras-chave:  corante têxtil, processo fotoeletrolítico, Saccharomyces cerevisiae, toxicidade microbiológica, tratamento de efluente