25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1636-1


Área: Microbiologia de Alimentos ( Divisão K )

EFEITO DO ULTRASSOM E AGENTES QUÍMICOS EM CÉLULAS DE SALMONELLA ADERIDAS À SUPERFÍCIE DE TOMATE CEREJA

Jackline Freitas Brilhante de São José (UFV); Cláudia Lúcia Oliveira Pinto (EPAMIG); Maria Cristina Dantas Vanetti (UFV)

Resumo

       A contaminação dos produtos frescos com microrganismos patogênicos pode ocorrer em qualquer ponto da cadeia de produção até o consumo. A possibilidade de aderência de bactérias patogênicas e posterior formação do biofilme na superfície de frutas e hortaliças indica a necessidade de aplicação de medidas de controle para garantir a qualidade microbiológica do produto. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do ultrassom e de agentes químicos em tomate cereja intencionalmente contaminado com Salmonella. Células de S.enteritidis sorotipo Typhimurium ATCC 14028 foram cultivadas em caldo Luria Bertani (LB) a 37 ºC por 16 horas até atingirem a população de 106 UFC. L-1. Os tomates foram incubados por 48 horas nesta suspensão de células para permitir adesão microbiana. Após este período, os tomates foram submetidos aos tratamentos de sanitização por imersão em dicloroisocianurato de sódio (200 mg.L-1), ácido peracético (40 mg.L-1), em banho de ultrassom (45 kHz) e ultrassom combinado a ácido peracético (40 mg.L-1).  Os tratamentos foram realizados por 10 minutos, exceto o tratamento com ultrassom que foi avaliado também por 20 e 30 minutos. Após os tratamentos, os tomates foram homogeneizados em salina peptonada 0,1% e diluições sucessivas foram plaqueadas em ágar Salmonella Shigella, seguindo-se de incubação por 24 horas a 37 ºC, para posterior contagem das colônias. Cortes de tomate cereja (1 x 1 cm) foram submetidos aos mesmos tratamentos de sanitização e preparados para observação em microscópio eletrônico de varredura. Observou-se que dicloroisocianurato de sódio e ácido peracético promoveram reduções na população de células de 0,4 e 2,7 log UFC.g-1, respectivamente. A aplicação de ultrassom na freqüência 45 kHz por 10, 20 e 30 minutos, promoveu reduções de 0,8, 1,2 e 1,7 log UFC.g-1 (p < 0,05), respectivamente. O tratamento que combinou ultrassom e ácido peracético promoveu redução de 3,8 log UFC.g-1.  Não foram observadas a permanência de biofilmes na superfície dos cortes de tomate cereja após o tratamento com ultrassom por 30 minutos. Pode-se verificar que o ultrassom apresenta efeito tanto quando aplicado sozinho quanto em combinação com agente químico na redução de Salmonella aderida a superfície de tomate cereja.

Agradecimentos: À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior pela concessão da bolsa de estudos.


Palavras-chave:  Sanitização, salmonella, Ultrassom, dicloroisocianurato de sódio, ácido peracético