25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1603-1


Área: Microbiologia Geral ( Divisão H )

SOROVARES DE SALMONELLA E ESCHERICHIA COLI  EM ANIMAIS SILVESTRES CAPTURADOS NOS MUNICÍPIOS DE PARAUAPEBAS, MARABÁ E CANAÃ DOS CARAJÁS, ESTADO DO PARÁ, BRASIL.

Daniela Cristiane da Cruz Rocha (IEC); Eliane Moura Falavina dos Reis (IOC/FIOCRUZ); Ernesto Hofer (IOC/FIOCRUZ); Edvaldo Carlos Brito Loureiro (IEC)

Resumo

Introdução: O gênero Salmonella é definido com base em suas características bioquímicas e antigênicas. A classificação atual, baseada em estudos de hibridização de DNA, divide o gênero em duas espécies: Salmonella enterica que possui seis subespécies e Salmonella bongori. Os sorovares de Salmonella infectam indistintamente o homem e animais, e se manifesta como síndromes gastrointestinais. As Escherichia coli compreendem um grande número de grupos e sorotipos, e cinco patotipos são associados à infecção intestinal (EPEC, STEC, EIEC, ETEC, EAEC), sendo que a maioria deles tem como reservatório o homem. Entretanto alguns sorotipos têm sido encontrados em animais, sendo preciso esclarecer a importância dos animais como reservatórios. Objetivo: Identificar reservatórios de Salmonella e Escherichia coli diarreiogênicas entre animais silvestres capturados em três municípios do Estado do Pará. Materiais e Métodos: No período de março a dezembro de 2008, foram capturados 311 animais silvestres. Foram colhidos swab retais ou porções dos intestinos delgado e grosso, linfáticos mesentéricos e fragmentos de fígado e baço. A suspensão das fezes ou do "pool" de órgãos foi semeada em meios seletivos indicadores (SS, XLD, MC) e enriquecimento (selenito cistina), e incubados a 35ºC por 24 horas. A caracterização bioquímica foi realizada pelos métodos convencionas e a sorotipagem de Salmonella foi procedida no IOC/FIOCRUZ. Resultados: Identificaram-se Salmonella (45 amostras) em 11 (3,5%) animais e E. coli (473 amostras) em 174 (55,9%). O gênero Salmonella foi isolada de roedores (Proechimys guyannensis[3], Oryzomys macconnelli[1]), répteis (Ameiva ameiva[1], Tupinambis nigropuntatus[1]), Chelonoides carbonaria[1]), marsupiais (Monodelphis emiliae[2]), Metachirops nudicaudatus[1]) e ave (Geotrigon montana[1]), e oito sorovares foram identificados: S. Ohio (8), S. Typhimurium (7), S. Gaminara (6), S. Panama (5), S. Saintpaul (4), S. Paratyphi B(1), S.e.houtenae (9), S.e.enterica (5). Conclusão: Registra-se a participação dos animais silvestres como importantes reservatórios de Salmonella, destacando-se os sorovares S. Ohio, S. Typhimurium, S. Gaminara, S. Panama e S. Saintpaul que são associados com infecções humanas no Estado do Pará. S. Paratyphi B, agente da febre paratifóide B foi detectada em réptil (Chelonoides carbonaria), no município de Marabá.

Instituição de Fomento: IEC, IOC/FIOCRUZ


Palavras-chave:  Animais Silvestres, Escherichia coli, Salmonella, Pará