SCREENING DE FUNGOS FILAMENTOSOS TERMOFÍLICOS PARA A PRODUÇÃO DAS ENZIMAS DE INTERESSE BIOTECNOLÓGICO: B-XILOSIDASE E ARABINASE

Rosymar Coutinho de Lucas (FMRP -USP); Vivian Machado Benassi (FMRP -USP); Fernanda Dell Antonio Facchini (FMRP -USP); Ana Claudia Vici (FMRP -USP); João Atílio Jorge (FFCLRP- USP); Hector Francisco Terenzi (FFCLRP- USP); Maria de Lourdes Teixeira de Moraes Polizeli (FFCLRP- USP)

Os fungos destacam-se como grandes produtores de biocatalisadores que são capazes de hidrolisar macromoléculas até atingir a forma e a solubilidade necessária para que sejam transportadas pela membrana. Importante ressaltar o papel das enzimas termoestáveis que apresentam vantagens para a aplicação industrial por favorecer a solubilidade de substratos e produtos, aumentar as taxas de reação por redução da viscosidade, aumentar o coeficiente de difusão dos substratos e reduzir o risco de contaminação por microrganismos mesófilos. Além disso, elas constituem importante modelo para o entendimento dos mecanismos de termoestabilidade e de atividade em altas temperaturas, os quais são usados nos processos de engenharia de proteínas. O objetivo desse trabalho foi selecionar fungos termofílicos que são capazes de produzir b-xilosidase e arabinase. Para isto, os fungos foram cultivados em meio de cultura sólido a 30, 40, 45 e 50°C e avaliados quanto a formação de halo em 24 e 48hs. Na determinação das atividades b-xilosidase e arabinase os fungos foram cultivados em meio Czapeck, pH 6,0, suplementado com fibra de trigo 1%, a 30 e 40°C, em condições estáticas, por cinco dias. As atividades de b-xilosidase e arabinase (mmols/min/mL) foram determinadas com p-nitrofenil-xilopiranosídeo 0,25% e pelo método sacarificante (DNS) com arabinose 1%, respectivamente. A quantificação das proteínas (mg/mL) foi determinada pelo método de Bradford. Dos 19 fungos analisados, 17 cresceram a 30 e 35°C, 16 a 40°C, 12 a 45°C e 8 a 50°C. Quanto a atividade b-xilosídica dos fungos analisados a 30°C, 7 e 9 apresentaram excelente atividade intracelular e extracelular, respectivamente; dos microrganismos testados a 40°C, 5 e 7 demonstraram alta atividade intra e extracelular, respectivamente. Dos fungos analisados para arabinase 9 e 8 apresentaram alta atividade intracelular a 30°C e 40°C, respectivamente e 7 obtiveram alta atividade extracelular a 30°C e 6 a 40°C. Foram encontrados baixos índices de proteína em todas as amostras dosadas. A partir desses resultados conclui-se que os fungos estudados possuem um promissor potencial biotecnológico, uma vez que, tratando-se de microrganismos termotolerantes, suas enzimas possuem termoestabilidade, característica fundamental para a utilização das mesmas em processos industriais.