25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1568-1


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

IDENTIFICAÇÃO DE NOVAS AMOSTRAS BACTERIANAS PORTADORAS DO GENE EAE EM CRIANÇAS COM E SEM DIARRÉIA

Tamara Barros de Souza (UNIFESP); Mariane Vedovatti Monfardini (UFES); Keyla Fonseca Cunha (UFES); Laura Kreus Fagundes (UFES); Diego Martins Lozer (UFES); Conceição Ferreira Pinto Ribeiro (UFES); Isabel Cristina Affonso Scaletsky (UNIFESP); Sônia Maria de Souza Kitagawa (UFES); Liliana Cruz Spano (UFES)

Resumo

Gene eae, responsável pela síntese de intimina associada ao desenvolvimento de lesões A/E (attaching/effacing) na mucosa intestinal, é encontrado no gênero Escherichia: em patotipos diarreiogênicos de E. coli (enteropatogênica típica e atípica e enterohemorrágica) e em E. albertii, um possível patógeno alimentar previamente identificado como Hafnia alvei. Neste estudo, nove cepas contendo o gene eae, não produtoras de indol, vermelho de metila-positivas, citrato-negativas e fermentadoras da lactose, foram isoladas de fezes de três crianças, com e sem diarréia, e submetidas à identificação bioquímica através de painel automatizado (MicroScan WalkAway-96) e testes convencionais, e quanto ao padrão de adesão às células HEp-2 (AL, ALL, AD e AA). Pesquisa de gene eae foi realizada por PCR e hibridização de colônias e ambos os procedimentos detectaram o gene em 100% das cepas. O fragmento obtido pela PCR foi de ~ 860 pb, inferior ao esperado para E. coli (915 pb). No sistema automatizado, foram assim caracterizadas: uma amostra como Yokenella regensburgei (Koserella trabulsii) com índice de probabilidade (IP) de 51%; uma amostra como E. coli com IP= 99,99% e; oito amostras no grupo Salmonella/Arizona, com IP= 60,43%. No sistema bioquímico convencional, foi observado que: 100% (9/9) e 89% (8/9) descarboxilam a lisina e ornitina, respectivamente, e nenhuma desidrolisa a arginina; 100% fermentam arabinose, frutose, galactose, maltose, manitol, ramnose e xilose; 89% (8/9) fermentam rafinose; nenhuma cepa fermenta adonitol e 11% (1/9) fermentam o dulcitol; 11% (1/9) são imóveis. Nenhuma das amostras aderiu às células HEp-2. As propriedades bioquímicas das amostras, entre elas, fermentação de maltose, ramnose e xilose, e mobilidade, não permitem identificá-las como E. albertii, mas como H. alvei. Algumas provas bioquímicas são incompatíveis com as espécies sugeridas, como indol-negativo e fermentação de lactose, ramnose e xilose. O gene eae ainda não foi descrito em K. trabulsii ou H. alvei. Testes adicionais estão em andamento para melhor caracterização dessas amostras.

 

Apoio Financeiro: CNPq / FAPESP / FACITEC / SEMUS / UFES


Palavras-chave:  gene eae, identificação fenotípica, amostras indol-negativas, espécime fecal