25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1557-1


Área: Microbiologia Geral e Meio Ambiente ( Divisão L )

VARIAÇÃO DA DIVERSIDADE GENÉTICA DE BACTERIA EM EFLUENTE DE ESGOTO HOSPITALAR TRATADO E NÃO TRATADO

Joana Afonso Lima de Oliveira (IOC - FIOCRUZ); Juliano de Carvalho Cury (IOC - FIOCRUZ); Thiago Pavoni Gomes Chagas (IOC-FIOCRUZ); Marise Dutra Asensi (IOC-FIOCRUZ); Dalton Marcondes Silva (ENSP-FIOCRUZ); Alberto Martin Rivera Dávila (IOC - FIOCRUZ)

Resumo

Estirpes bacterianas patogênicas passíveis de desenvolver multiresistência a antibióticos e capazes de resistir ao tratamento de esgoto hospitalar podem ser liberadas no ambiente se não forem adotadas medidas eficazes de tratamento. O objetivo deste trabalho foi caracterizar a comunidade bacteriana presente em um efluente hospitalar antes do tratamento e após o tratamento com e sem a utilização de cloro. Para isto foram coletadas três amostras: efluente sem tratamento (ES), efluente tratado apenas com floculantes para a decantação (ED) e efluente tratado com Cloro (EC). Um volume de 1 litro da amostra foi filtrado em membrana com 0,22 µm de abertura. O DNA extraído foi utilizado como molde para a amplificação parcial do rDNA 16S de Bacteria. Os amplicons gerados foram clonados e sequenciados. As sequências foram analisadas com a ferramenta CLASSIFIER do RDP (Ribosomal Database Project) para a classificação taxonômica. As árvores filogenéticas foram geradas utilizando-se o programa MEGA 4.0 e sequências de isolados caracterizados e ambientais com alta similaridade obtidas pela análise utilizando-se o BLAST – NCBI. Não houve amplificação de rDNA 16S utilizando-se o DNA extraído da amostra de efluente tratado com Cloro (EC), indicando que o tratamento foi eficaz na eliminação das células bacterianas. Já o PCR utilizando-se o DNA das amostras ES e ED foi positivo. Foram geradas 334 e 312 sequências parciais de rDNA 16S (~480 bases cada) a partir das amostras de ES e ED, respectivamente. A análise com o CLASSIFIER detectou a presença de 9 diferentes filos (Fusobacteria, TM7, Spirochaetes, Verrucomicrobia, Planctomycetes, Firmicutes, Bacteroidetes, Chloroflexi e Proteobacteria) em ED e 4 (TM7, Bacteroidetes, Firmicutes e Proteobacteria) em ES. A ocorrência de sequências de proteobactérias, que aparece como maior grupo, foi similar entre as duas amostras, sendo de 48,5% e 51,6% para ES e ED, respectivamente. A maior diferença está na ocorrência de sequências de Firmicutes, sendo de 32,3% e 9,3% para ES e ED, respectivamente. Ao contrário do tratamento com Cloro, o tratamento utilizando-se floculantes e decantação não eliminou microrganismos com potencial patogênico nos efluentes, já que pode-se observar a presença de bactérias da família Leptospiraceae e gêneros Faecalibacterium, Bacteroides, Arcobacter, Klebsiella e Prevotella dentre outros.


Palavras-chave:  Bacteria, Esgoto, Diversidade, Sequenciamento, rDNA 16S