25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1552-1


Área: Micologia Médica ( Divisão B )

SUSCEPTIBILIDADE "IN VITRO" AOS ANTIFÚNGICOS DOS AGENTES DA CROMOBLASTOMICOSE ISOLADOS DOS PACIENTES DO MARANHÃO - BRASIL.

Sirlei Garcia Marques (UFMG); Conceição de Maria Pedrozo Silva de Azevedo (UFMG); Cleide Viviane Buzanello Martins (UFMG); Ana Claudia Garcia Marques (UFMA); Thais Furtado Ferreira Magalhães (UFMG); Caroline Barcelos Costa (UFMG); Azizedite Guedes Gonçalves (UFMA); Maria Aparecida de Resende (UFMG)

Resumo

Introdução: A cromoblastomicose é uma infecção fúngica cujo principal agente etiológico é Fonsecaea pedrosoi. Exceto lesões iniciais que podem ser removidas cirurgicamente, esta doença  sempre se constitui em desafio terapêutico a ser enfrentado pelo médico e paciente. Este trabalho se propôs a  identificar os patógenos envolvidos na infecção e avaliar o perfil de susceptibilidade dos mesmos em relação aos antifúngicos, correlacionando-os com o sítio da infecção e dados epidemiológicos dos pacientes. Metodologia: Realizou-se um estudo prospectivo de junho de 2006 a julho de 2009 em pacientes atendidos por demanda espontânea no Ambulatório de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Departamento de Patologia (UFMA).  Foram realizadas biópsias de tecido de 40 indivíduos portadores de cromoblastomicose sendo posteriormente semeadas em Sabouraud Dextrose Ágar e Mycobiotic ágar (Difco Laboratories, Detroit, MI, USA). Utilizou-se para identificação dos fungos o exame micromorfológico em ágar batata segundo a técnica de Riddell 1950. Para o teste de susceptibilidade aos antifúngicos empregou-se o método da microdiluição em caldo segundo normas propostas pelo Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI), documento M-38 A, 2002. Os antifúngicos testados foram: Anfotericina B, Caspofungina, Fluconazol, Itraconazol, Voriconazol e Terbinafina. Resultados: Dos pacientes avaliados 36 (90%) eram do sexo masculino e 4 (10%) do feminino, 36 (90%) lavradores, 33 (82,5%) analfabetos, com faixa etária predominante entre 50 a 60 anos. Em relação ao sítio da lesão, verificou-se que os membros inferiores predominaram com 34 (85%) dos casos. Fonsecaea pedrosoi foi isolado em 37 (92,5%) dos fungos avaliados. Itraconazol e terbinafina apresentaram os menores valores de concentração  inibitória mínima ((MIC), correspondendo a 100% de sensibilidade, enquanto que caspofungina e fluconazol foi menos  efetivo “in vitro” apresentando 86,1 e 63,9% de resistência respectivamente. Conclusão: A doença está relacionada às atividades agrícolas, atingindo principalmente o sexo masculino. Itraconazol e terbinafina demonstraram ser uma boa  opção terapêutica, Torna-se necessária a implementação do antifungigrama na rotina laboratorial para um melhor monitoramento da resistência fúngica.


Palavras-chave:  cromoblastomicose, Drogas antifúngicas, Fonsecaea pedrosoi